
O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Igualdade Racial (SEIR_MA), e o Coletivo Cultural Tapera do Cordel, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura (SECMA), realizam o Tributo ao poeta e cordelista maranhense Gerô (Jeremias Pereira da Silva).
O evento, que faz parte do calendário de atividades da Sexta Afro-cultural, constará de apresentação de cordelistas, compositores e cantores; relatos da vida e obra do homenageado; pronunciamento de autoridades sobre o compromisso com a cultura popular e de combate à tortura; e inauguração do Espaço Gerô na Casa de Negro Cosme (sede da SEIR), localizada na rua do Giz, 476 (centro).
O Espaço será dedicado às manifestações da cultura popular, especialmente a Literatura de Cordel. Jeremias Pereira da Silva, popularmente conhecido como Gerô, foi um poeta e cordelista maranhense que nasceu em Monção e radicou-se na capital.
Sempre atento ao cenário político, o artista ao adentrar os palcos, demonstrava a sua expertise com as palavras, cantando as artimanhas e contribuindo com a cultura maranhense. Gerô era fã de João do Vale, foi parceiro do ator e cordelista Moises Nobre, de Joãozinho Ribeiro, de Escrete, de Josias Sobrinho, de Ribão da Flor (o Ribão de Olodum, hoje Ribão da Favela), entre outros.
TORTURA E MORTE
Gerô morreu em 22 de março de 2007, durante uma abordagem de dois policiais militares em São Luís, em uma parada de ônibus que iniciaram ali mesmo, em plena luz do dia, uma série de torturas. Depois de algemado, teve cinco costelas quebradas, parte do maxilar afundado e os rins dilacerados, o que teria provocado hemorragia interna, além de várias escoriações por todo o corpo. A Lei Estadual nº 8.641/2007, define 22 de Março como a data estadual de combate às mais diversas formas de tortura, em homenagem ao artista popular Gerô.