
O terceiro governo do presidente Lula (PT), é aprovado por 54% dos eleitores e reprovado por 43%, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira, dia 10. Os que que não sabem ou não responderam somam 4%.
Em maio, os percentuais eram de 50% e 47%, idicando empate técnico dos indicadores.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas com 16 anos ou mais em 120 municípios entre os dias 5 e 8 de julho. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos. O intervalo de confiança é de 95%.
2/ Desempenho positivo foi puxado especialmente pela melhora entre quem tem renda familiar de até 2 salários: a aprovação foi de 62% para 69%, enquanto a desaprovação foi de 35% para 26%. Nos outros estratos de renda não houve variação significativa.
3/ A aprovação também melhorou entre as mulheres. No começo do ano, a diferença entre aprovação e desaprovação era de apenas 6 pontos; em julho, essa diferença triplicou e foi para 18 pontos. Entre os homens, permanece um empate técnico dentro da margem de erro.
4/ Entre os evangélicos, a aprovação do governo também melhorou. Em fev/24, a desaprovação era 27 pontos maior que a aprovação nesse segmento. Em jul/24, a diferença caiu para 10 pontos. A vantagem do governo Lula entre católicos continua alta, na média, estável em 60 x 40.
5/ Essa variação na aprovação não veio, contudo, do Nordeste, onde o governo permanece com aprovação média próxima dos 70%, nem do Sul. Variação parece ter sido no Sudeste, já que a desaprovação que era 7 pontos maior que a aprovação em mai/24, ficou do mesmo tamanho em jul/24.
6/ Embora seja impossível determinar uma única razão para o crescimento na aprovação do governo, a melhora na percepção da economia entre os mais pobres (diferença entre melhorou e piorou saiu de -1 para +13 entre fev e jul/24) sugere que uma parte da explicação possa estar ai.
7/ O que reforça essa tese é o fato de que a economia está perdendo protagonismo como o principal problema do país. De um ano pra cá, caiu de 31% para 21% quem afirma que a economia é o principal problema, enquanto passou de 10% para 19% quem acha que é a segurança, por exemplo.
8/ A maior presença de Lula no noticiário, com uma postura de enfrentamento e embate com o Banco Central e os juros também são relevantes nesta pesquisa. No total, 41% dos brasileiros souberam de alguma entrevista recente que Lula concedeu para rádios nas cidades que visitou.
9/ E a população concorda com as falas do Lula: salários deveriam subir acima da inflação (90%), juros no Brasil são muito altos (87%), carne consumida pelos mais pobres deveria ser isenta de impostos (84%) e o governo não deve satisfação ao mercado (67%).
10/ Outra forma de mostrar que as aparições de Lula têm provocado boa recepção por parte da maioria da sociedade, é que 66% concordam com as críticas de Lula à política de juros do Banco Central.
11/ Chama atenção que a população não atribui às falas do Lula ao aumento observado do dólar nas últimas semanas.
12/ Embora a população tampouco ‘compre’ totalmente a argumentação de que Campos Neto não usaria critérios técnicos na condução do Banco Central. Metade defende que ele é técnico nas decisões, a outra metade ou acredita que não, ou não sabe dizer.
13/ Este que é um tema, dentre os testados na pesquisa, que polariza o eleitorado brasileiro, colocando eleitores de Lula e Bolsonaro em posições opostas.
14/ A pesquisa mostra ainda que a maioria dos programas sociais do governo são conhecidos e aprovados. Farmácia Popular e Bolsa Família puxam a fila; o Novo PAC e o Acredita ainda são desconhecidos por mais da metade da população.
15/ A Quaest ouviu 2.000 pessoas entre os dias 05 e 08 de julho. O nível de confiabilidade do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.