
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em sua Confira “mensagem de Ano Novo”, criticou a atuação do Congresso Nacional em 2025. A instituição cita a atuação dos parlamentares para a aprovação da tese do Marco Temporal no Senado, posteriormente declarada inconstitucional pelo STF. A “proteção ambiental” com as mudanças na Lei Geral do Licenciamento, sancionada pelo presidente Lula com vetos que depois foram derrubados no Congresso.
“… No âmbito da convivência democrática, o ano de 2025 foi marcado por profundas tensões e retrocessos sociais, que deixaram feridas abertas no tecido social. Algumas experiências fragilizaram seriamente a confiança nas instituições e desafiaram as pessoas de boa vontade, que acreditam numa sociedade mais justa e fraterna. Entre essas, destacam-se: o pagamento exorbitante de juros e amortizações da dívida, que deixa o país sem a pacidade de maior investimento em educação, saúde, moradia e segurança; o
enfraquecimento da ética e o aumento da corrupção na vida pública; a fragilização dos mecanismos democráticos, por causa de interesses econômicos e disputas de poder; a flexibilização de marcos legais essenciais, como a Lei da Ficha Limpa; o desrespeito pelos povos originários e tradicionais, agravado pela aprovação do Marco Temporal no Congresso Nacional; as ameaças à proteção ambiental, intensificadas pelas mudanças na Lei Geral do Licenciamento; a desigualdade social, que continua marginalizando muitos; o aumento da violência, especialmente o feminicídio e outros crimes motivados pela intolerância; o uso de drogas e o crescimento de “economias ilícitas”; a perda de decoro e a falta de responsabilidade por parte de algumas autoridades, especialmente do nosso
Congresso Nacional. Discursos de ódio, manipulação da verdade, violências,
radicalismos ideológicos e interesses particulares não podem se sobrepor ao bem
comum…”