Flávio Dino determina uso de táxis, Uber e similares para órgãos e servidores

 

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Governador Flávio Dino/Foto: Reprodução

O governador do Maranhão, Flávio Dino, segue buscando meios para manter as contas públicas equilibradas e o estado funcionando dentro da normalidade. A mais nova medida do governador foi determinar a substituição dos veículos alugados por taxis, Uber e similares.

As ações são em razão crise econômica que atinge todo país, falta de repasses constitucionais do governo feral para o estado que chegam a R$ 1,5 bilhão desde 2015, e ainda, incertezas a partir do ano que vem, quando o país será governador pelo presidente eleito Jair Bolsonaro.

O decreto vale tanto para as secretarias quanto para as empresas do governo estadual.

Só não haverá a troca quando não houver disponibilidade técnica, por motivos de segurança institucional ou em casos específicos de material transportado.

Para que a medida entre em prática com efetividade, a Secretaria de Governo vai fazer a contratação e o gerenciamento do serviço.

Tão logo o serviço esteja disponível para os órgãos públicos e os servidores, haverá um prazo máximo de 60 dias para adesão.

Perda de cargos está levando a correria em órgãos públicos federais

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Informações O Globo

BRASÍLIA — Nos ministérios e órgãos federais, a possibilidade de serem aproveitados pelo futuro governo já tem repercutido entre os servidores que desejam manter seus cargos. Há relatos de funcionários que passaram a apagar comentários contrários a Jair Bolsonaro nas redes sociais, para evitar que as críticas possam prejudicá-los na disputa por cargos de coordenação na futura gestão.

Os anúncios feitos pelo presidente eleito de extinções e fusões de ministérios, além de privatizações de empresas públicas, causam apreensão entre funcionários desses órgãos.

Em entrevista após ser eleito, Bolsonaro disse que quer extinguir a TV Brasil, um dos principais veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O anúncio, assistido por funcionários durante o expediente, provocou choro na redação, conta uma servidora que pede anonimato. Enquanto associações e sindicatos de servidores tentam contato com interlocutores da gestão Bolsonaro, funcionários vivem em compasso de espera.

Três dias depois da eleição, Edvaldo Cuaio, representante dos empregados no Conselho de Administração da EBC, conseguiu um encontro com o general Augusto Heleno, braço-direito de Bolsonaro e futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em um café em Brasília. Ele contou ter repassado dados sobre a empresa pública e deixado uma pasta com o general, que se mostrou cortês e atencioso.

— É preciso derrubar mitos de que a EBC é uma empresa petista, que dá prejuízo. Já houve, sim, muitos indicados na época do PT. Hoje, somos pouco mais de dois mil empregados com cerca de 150 cargos ocupados por comissionados — diz o funcionário.

Cuaio também tentou aproximação com Sergio Moro, futuro ministro da Justiça, que almoçava no local, mas não conseguiu. Acabou deixando uma papelada com um agente da Polícia Federal, que acompanhava o juiz.

Até o cantor e compositor Lobão, apoiador de Bolsonaro, que esteve na última semana em Brasília para lançar um livro e CD, virou alvo dos servidores da EBC. Um grupo cogitou aproveitar a presença do artista em uma rádio do grupo, na qual ele dava uma entrevista, para gravar um vídeo informal de apoio à continuidade da empresa pública. Debateram tanto os prós e contras da ideia que, quando decidiram pedir a declaração, Lobão já tinha ido embora.

Nos órgãos ligados à proteção ambiental, a preocupação é com as idas e vindas de Bolsonaro a respeito da fusão do Ministério do Meio Ambiente com a pasta da Agricultura, e com a falta de um representante do futuro governo à frente da temática ambiental.

—Sem uma agenda mínima colocada pelo novo governo, não sabemos nem a quem procurar — afirma Henrique Silva, presidente da Associação Nacional dos Servidores Ambientais.

Na Fundação Nacional do Índio (Funai), os servidores decidiram articular apoio, em um primeiro momento, no Congresso Nacional, com os parlamentares reeleitos e outros que chegarão. Eles aprovaram, em assembleia recente, uma frente de trabalho com outras carreiras, principalmente nas áreas de ensino e pesquisa.

— Consideramos que será um governo muito do Congresso, não propriamente do Executivo — diz Gustavo Cruz, integrante do Conselho Fiscal da entidade Indigenistas Associados, formada por servidores da Funai.

Nos corredores do órgão indigenista, a sensação é de que o governo Bolsonaro pode suspender de vez trabalhos já esvaziados pelo governo nos últimos anos, uma vez que o presidente eleito já disse ser contrário a novas demarcações.

Determinados setores, como a Coordenação Geral de Identificação e Demarcação, são encarados como os mais ameaçados no futuro governo.