Líder do PDT no Senado Weverton Rocha/Foto: Reprodução
“Os governadores, principalmente do Nordeste, sabem que vão perder recursos nessa nova equação que a Câmara aprovou. Só que, conversando com o nosso do Maranhão, Flávio Dino, é uma luta que é melhor a gente fazer um acordo ruim do que uma briga”, disse o líder do PDT no Senado, Weverton (MA).
Aprovado por unanimidade no Senado a divisão da verba que será arrecadada com o petróleo do pré-sal seguiu para promulgação. O texto foi aprovado igual como chegou da Câmara, e prevê a distribuição de R$ 21 bilhões entre estados e municípios, de acordo com critérios mistos que contemplam todas as regiões do país com verba para a previdência e para a realização de novos investimentos.
Senadores e governadores nordestinos não se opuseram às mudanças para garantir a aprovação da partilha aos estados antes do leilão dos campos de pré-sal marcado para o dia 6 de novembro.
Antes, os 15% dos estados eram divididos de acordo com o Fundo de Participação dos Estados, que beneficia Norte e Nordeste, agora 10% são por FPE e 5% por Lei Kandir, que privilegia estados produtores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
General Hamilton Mourão (Vice-Presidente do Brasil) sobre fechamento da fronteira e pretensões de Trump em atacar a Venezuela/Foto: Reprodução
247 – Na contramão do discurso beligerante do governo Trump e de seu próprio governo, o vice-presidente Hamilton Mourão diz que o fechamento da fronteira pelo governo venezuelano é uma atitude que não representa qualquer agressão: “O fechamento da fronteira para nós não significa um ato de agressão. A Venezuela tem liberdade para fazer o que quiser”. Mourão defende em que “a questão da Venezuela tem que ser resolvida pelos venezuelanos”, em oposição aberta ao bolsonarismo sob o comando de Trump, que pretendem intervir no país vizinho.
As afirmações foram feitas numa entrevista à agência France Press (AFP), nesta quinta-feira (21). O vice-presidente brasileiro adotou um discurso moderado e conciliador: “Vejo essa reação [o fechamento da fronteira] simplesmente para impedir que ocorra esse processo de ajuda humanitária”. Para ele, a retórica agressiva dos americanos terá muita dificuldade de se transformar numa ação militar: “A ameaça está mais no campo da retórica do que na ação. Seria muito prematuro e fora de propósito os EUA realizarem uma intervenção militar dentro da Venezuela”.
As declarações de Mourão devem criar ainda mais arestas entre ele e o bolsonarismo, pois o governo está agindo freneticamente nos últimos dias em busca de uma confrontação com o governo Nicolás Maduro. Na entrevista ele descartou a possibilidade de Eduardo Bolsonaro ter alguma relevância na política externa brasileira: “O deputado federal Eduardo Bolsonaro foi aos Estados Unidos em um primeiro momento e estabeleceu alguns canais de comunicação. Mas obviamente esses canais informais, vamos dizer assim, acabaram sendo substituídos pelos canais normais da diplomacia”.
E, de maneira taxativa, ele descartou qualquer influência futura dos filhos de Bolsonaro no governo daqui para frente: “Agora vai chegar o momento em que cada um vai entender o tamanho da cadeira dele. A cadeira de deputado federal é uma, a cadeira de senador é outra e a cadeira de vereador é outra”.
Se Mourão tem uma mensagem de paz para a América Latina e a Venezuela, sua entrevista pode ser lida como mais uma declaração de guerra pelo clã Bolsonaro.