Lula chama operação no Rio de ‘matança’ e aumenta confronto com a oposição

O presidente Lula mudou o tom ao afirmar, em entrevista a correspondentes internacionais, em Belém, onde acontecerá a COP 30, que a megaoperação policial que deixou 121 mortos, na semana passada, nos complexos da Penha e do Alemão, foi uma “matança”.

Lula disse ainda que pediu uma investigação sobre a ação do Estado do Rio, que classificou como “desastrosa”.

Após a repercussão da sua declaração, o presidente Lula divulgou nas redes sociais dados sobre resultados de ações do governo no enfrentamento às organizações criminosas.

A nova manifestação de Lula, porém, foi o combustível necessário para que oposição e governo entrassem em confronto verbal tanto no Congresso quanto nas redes.

“polícia tem que saber quem é bandido e quem é pobre na rua”, diz Lula

O presidente Lula (PT), em forte discurso nesta quinta-feira, dia 10, no Rio de Janeiro, na presença do governador Cláudio Castro (PL), falou com visível indignação sobre a morte de Thiago Menezes, 13 anos, no início da semana na Cidade de Deus.

“O Rio de Janeiro não é só Copacabana. O povo pobre, trabalhador, negro, precisa ser tratado com respeito. Para que nunca mais aconteça o que aconteceu com o menino assassinado (…) Polícia tem de saber diferenciar o que é um bandido e o que é um pobre na rua”, disse Lula encarando Cláudio Castro.

Thiago Menezes foi baleado com cinco tiros no início da madrugada de segunda-feira, dia 7, durante ação da Polícia Militar na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro.

Marielle Franco: Cláudio Castro aceita ajuda de Flávio Dino

Do O Globo

No último dia 2, o ministro da Justiça, Flávio Dino afirmou que “desvendar” a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) era uma “questão de honra”. Na mesma semana, Dino ligou para o governador Cláudio Castro e, numa conversa cordial, ofereceu o apoio da Polícia Federal na investigação para se chegar ao mandante do homicídio da parlamentar e do motorista Anderson Gomes, crime que completará cinco anos em 14 de março.

Castro aceitou, lembrou que Marielle foi sua colega na Câmara dos Vereadores, desde 2017, e afirmou que o crime não pode ficar impune.

— Os assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foram presos graças à uma investigação complexa, realizada com extrema perícia e técnica pela Polícia Civil do Rio. A investigação continua em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital — afirmou.

Os dois combinaram uma reunião no Rio, onde Castro deverá apresentar ao ministro um plano das forças de segurança do estado no combate às milícias, depois de o governador retornar de uma viagem a Nova York com a finalidade de atrair investimentos para o estado.

Marielle, sua assessora parlamentar Fernanda Chaves e o motorista Anderson sofreram uma emboscada na noite de 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Só Fernanda sobreviveu.