Caso Marielle Franco completa 5 anos sem apontar mandante(s)

Da Agência Brasil

O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa cinco anos nesta terça-feira, dia 14, e segue sem resposta sobre o mandante do crime. As investigações levaram a prisão de dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, por ter atirado na vereadora, e do motorista, o ex-policial militar Elcio de Queiroz. Os motivos e os líderes do atentado permanecem desconhecidos.

“Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas”, disse Marielle Franco, trinta minutos antes de ser assassinada, no dia 14 de março de 2018. As palavras eram emprestadas da norte-americana Audre Lorde, ativista pelos direitos das mulheres, negros e homossexuais. Na sequência, se despediu com a frase “Vamo junto ocupar tudo”, ao encerrar o evento Jovens Negras Movendo as Estruturas.

A Polícia Civil teve cinco delegados responsáveis pelo caso na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. No Ministério Público Estadual, três equipes diferentes atuaram no caso durante esses anos.

A última mudança aconteceu há 10 dias, quando o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, escolheu sete novos promotores para integrar a força-tarefa coordenada por Luciano Lessa, chefe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). As trocas constantes de comando receberam críticas de familiares e movimentos sociais nesses cinco anos, e levaram a suspeitas de obstrução nas investigações.

O avanço mais consistente no caso aconteceu em março de 2019, quando Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa foram presos no Rio de Janeiro. O primeiro é acusado de ter atirado em Marielle e Anderson, o segundo, de dirigir o carro usado no assassinato. Quatro anos depois, eles continuam presos, mas não foram julgados.

Cronologia do caso

14 de março de 2018: Marielle Franco e Anderson Gomes são assassinados.

15 de março de 2018: Giniton Lages assume a Delegacia de Homicídios do Rio e o caso.

21 de março de 2018: O MPRJ escolhe um grupo de promotores para a apuração do crime.

01 de setembro de 2018: Entra no caso o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ). Acontece a primeira troca de promotores do MPRJ.

25 de setembro de 2018: Orlando Curicica, encarcerado no Presídio Federal de Mossoró por crimes ligados à milícia, menciona o ‘Escritório do Crime’ para os investigadores. Uma testemunha cita o vereador Marcello Siciliano por suposto envolvimento na morte de Marielle. Siciliano foi preso, mas o envolvimento dele foi descartado depois.

11 de outubro de 2018: Investigações do MPRJ identificam biotipo do executor do crime e rastreiam novos locais por onde circulou o carro usado no crime.

11 de março de 2019: A primeira fase de investigações é encerrada. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são denunciados por homicídio doloso.

12 de março de 2019: Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa são presos no Rio de Janeiro.

25 de março de 2019: Giniton Lages é substituído por Daniel Rosa na Delegacia de Homicídios do Rio.

23 de maio de 2019: Polícia Federal aponta que foram dados depoimentos falsos para dificultar a solução dos homicídios.

11 de setembro de 2019: A então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pede a federalização das investigações.

10 de março de 2020: Justiça do Rio determina que Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz sejam levados a júri popular.

27 de maio de 2020: Superior Tribunal de Justiça (STJ) nega a federalização das investigações.

17 de setembro de 2020: Delegado Daniel Rosa deixa o caso. Moisés Santana assume o lugar dele.

05 de julho de 2021: Terceira troca na Delegacia de Homicídios: sai Moisés Santana, entra Edson Henrique Damasceno.

02 de fevereiro de 2022: Quarta troca: Edson Henrique Damasceno é substituído por Alexandre Herdy.

30 de agosto de 2022: Supremo Tribunal Federal (STF) nega recursos das defesas de Ronnie Lessa e Élcio Vieira, e mantém decisão sobre júri popular.

22 de fevereiro de 2023: O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anuncia abertura de inquérito da Polícia Federal para investigar assassinatos.

04 de março de 2023: MP do Rio define novos promotores do caso Marielle Franco.

Flávio Dino determina que PF investigue caso Marielle Franco

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou nesta quarta-feira, dia 22, a abertura de inquérito na Polícia Federal para apurar o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes ocorrido em 2018, no Rio de Janeiro. O crime segue sem solução.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se reuniu na última quarta-feira, dia 15, com o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, e o subprocurador-geral, Marfan Martins Vieira. Na pauta do encontro, o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública nas investigações do caso Marielle Franco.

Marielle Franco: Cláudio Castro aceita ajuda de Flávio Dino

Do O Globo

No último dia 2, o ministro da Justiça, Flávio Dino afirmou que “desvendar” a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) era uma “questão de honra”. Na mesma semana, Dino ligou para o governador Cláudio Castro e, numa conversa cordial, ofereceu o apoio da Polícia Federal na investigação para se chegar ao mandante do homicídio da parlamentar e do motorista Anderson Gomes, crime que completará cinco anos em 14 de março.

Castro aceitou, lembrou que Marielle foi sua colega na Câmara dos Vereadores, desde 2017, e afirmou que o crime não pode ficar impune.

— Os assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foram presos graças à uma investigação complexa, realizada com extrema perícia e técnica pela Polícia Civil do Rio. A investigação continua em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital — afirmou.

Os dois combinaram uma reunião no Rio, onde Castro deverá apresentar ao ministro um plano das forças de segurança do estado no combate às milícias, depois de o governador retornar de uma viagem a Nova York com a finalidade de atrair investimentos para o estado.

Marielle, sua assessora parlamentar Fernanda Chaves e o motorista Anderson sofreram uma emboscada na noite de 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Só Fernanda sobreviveu.

‘..quem matou e mandou matar Marielle..?’ Dino sobre morte de miliciano na Bahia

 

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Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB)/Foto: Reprodução

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), também comentou neste domingo (9), a morte de Adriano da Nóbrega ocorrida na madrugada de hoje durante troca de tiros com a polícia na Bahia.

Para Flávio Dino a morte de Adriano da Nóbrega, considerado peça chave para esclarecimento da morte de Marielle Franco, torna imperativo o esclarecimento do assassinato da vereadora do Rio, também para melhor compreensão da atual conjuntura política e social no Brasil.

“A pergunta fundamental mais uma vez se impõe: quem matou Marielle? Quem mandou matar Marielle ? As respostas são fundamentais para entender a atual conjuntura brasileira, marcada por violências e agressões” destacou Dino no twitter.

Segundo o Ministério Público no Rio de Janeiro, Adriano era miliciano e ligado a Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. Ele tava foragido desde o inicio de 2019, no inicio deste ano o ministro Sérgio Moro(Justiça e Segurança) ao divulgar uma lista com os criminosos mais procurados do país deixou de fora o nome de Adriano da Nóbrega. O ministro foi muito cobrado e criticado pela ausência do nome.

Caso Marielle: nova linha de investigação leva a Carlos Bolsonaro

 

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Marielle Franco e Carlos Bolsonaro/Foto: Reprodução

Informações divulgadas no inicio da noite desta quarta-feira (20), pelo jornalista e comentarista político da CBN, Kennedy Alencar, a Polícia Civil do Rio de janeiro tem uma nova linha de investigação que leva ao vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, um dos mais influentes no governo do pai.

De acordo com Kennedy Alencar, o vereador Carlos Bolsonaro mantinha uma relação hostil com a também vereadora Marielle Franco, e ainda, era próximo de Ronnie Lessa, acusado de executar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

Ouça o comentário de Kennedy Alencar

Caso Marielle: Porteiro do áudio apresentado pelos Bolsonaro, não é o mesmo do depoimento

 

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Domingos Peixoto | Agência O Globo

A Coluna Radar do jornalista Lauro Jardim, no O Globo, nesta segunda-feira (4) provocou mais dúvidas sobre o mistério nos áudios da secretária eletrônica do Condomínio Vivendas da Barra, onde o presidente Jair Bolsonaro reside na casa 58.

A coluna informa que a polícia sabe que o áudio obtido pela família do presidente é de outro porteiro, não do que disse que Élcio Queiroz, suspeito de participar da morte de Marielle Franco, anunciou que iria para casa 58, a de Jair Bolsonaro.

O porteiro que prestou os dois depoimentos em outubro — e disse ter ouvido o o.k. do “seu Jair” quando Élcio Queiroz quis entrar no condomínio — ainda está de férias.

Semana passada o Jornal Nacional revelou que o porteiro em depoimento disse que um dos acusados de executar Marielle Franco teve acesso ao condomínio, antes  do crime, autorizado por alguém na casa do presidente.

Após a divulgação e repercussão da reportagem Carlos Bolsonaro e o presidente Jair Bolsonaro informaram que ao verificarem a secretaria eletrônica, o porteiro teria dito que Élcio Queiroz foi autorizado a entrar no Vivendas da Barra pelo morador Ronie Lessa morador da Casa 65, apontado como um dos assassinos da vereadora.

Bolsonaro pode ter mandado destruir celular e obstruído investigação

 

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Presidente Jair Bolsonaro/Foto: Reprodução

247 – “Em janeiro, um mês depois de o caso Fabrício Queiroz/Flávio Bolsonaro espoucar, Jair Bolsonaro mandou um emissário de confiança dar a seguinte instrução ao ex-faz-tudo da família: que Queiroz jogasse o aparelho de celular fora e comprasse uma nova linha. E assim foi feito”, informa o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no Globo.

Ontem, Bolsonaro confesso ter obstruído as investigações sobre o assassinato de Marielle Franco.

Jair Bolsonaro afirmou a um grupo de jornalistas que interferiu diretamente nas investigacões sobre a morte da ex-vereadora Marielle Franco, ao pegar a gravação na portaria de seu condomínio para que não fosse adulterada. Recentemente, um dos suspeitos de assassinar Marielle Franco, Élcio Queiroz, teve entrada liberada na casa de Jair Bolsonaro na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, depois de dizer que iria na casa 58 – a de Jair Bolsonaro – e não a de Ronnie Lessa, outro suspeito do assassinato.

“Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha”, declarou Bolsonaro, numa confissão que revela sua interferência direta no caso.

“Se fizer jornalismo, a Globo conseguirá ressuscitar a denúncia…”

 

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Foto: Reprodução

Por Luís Nassif

No impeachment de Fernando Collor, a peça chave foi o motorista Eriberto. Ele apareceu em uma reportagem da IstoÉ. Em seguida foi escondido por um jornalista em seu sítio, porque sabia-se que era personagem chave. Foi central no impeachment.

Os Organizações Globo cometeram seu segundo grande erro de cobertura, fruto do descuido com a própria força. O primeiro, foi a tentativa de derrubar Michel Temer no episódio JBS. O segundo, agora, em cima de uma cobertura descuidada. Fiaram-se no inquérito que lhes foi vazado parcialmente. E não cuidaram sequer de checar os fatos com o próprio porteiro, e demais porteiros e moradores do condomínio de Bolsonaro.

É o vício do jornalismo prato pronto, herdado da Lava Jato, que transformou a imprensa em mera publicadora de releases. Agora, é tratar de ressuscitar o morto, o jornalismo.

Tem-se um ponto central de raciocínio.

  1. Na visita de Élcio Queiroz ao condomínio, o porteiro colocou o número da casa de Bolsonaro na planilha antes de acontecer o assassinato de Marielle.
  2. Há duas explicações para o cochilo de ter confundido as casas de Bolsonaro e de Ronnie Lessa, o suposto assassino. Ou as reuniões foram programadas em conjunto. Ou havia um mesmo grupos de pessoas que visitava ambas as casas.

O caminho correto da reportagem deveria ter sido a de ouvir não apenas o porteiro, mas outros porteiros e moradores do prédio.

Aí, saberiam dos seguintes fatos, que me foram passados por fonte fidedigna, com acesso ao condomínio.

  1. O condomínio abriu mão de interfones, por ser caro e por problemas de instalação. Optou-se por telefonar ou para o celular ou para o telefone fixo de cada proprietário.
  2. No caso de Bolsonaro, as ligações são para o próprio celular de Bolsonaro. E é ele quem atende. O que significa que a versão do porteiro não era descabida. Ou seja, o fato de estar em Brasilia não o impedia de atender o telefone.
  3. Carlos Bolsonaro, o Carluxo, também recebe os recados pelo celular. Em geral, fica pouco no condomínio, pois prefere permanece em seu apartamento na zona sul. Mas porteiros ouvidos por moradores sustentam que, naquele dia, ele estava no condomínio.
  4. O porteiro do depoimento está de férias. Mas moradores do condomínio foram, por conta própria, conversar com os demais porteiros. E eles garantiram que a ligação foi feita para Bolsonaro mesmo.

O sistema eletrônico diz que a ligação foi para Ronnie Lessa. Tem que se buscar as razões para esse desencontro. O porteiro pode ter ligado para Bolsonaro, que lhe disse para ligar diretamente para Ronnie Lessa, por exemplo. O próprio Elcio Queiroz pode ter corrigido o porteiro.

Agora, uma reportagem mal feita colocou porteiro e porteiros à mercê de Sérgio Moro e Augusto Aras, que se transformaram no grande braço de Jair Bolsonaro

Há tempo de se tentar salvar a reportagem.

“Só quem pode federalizar um processo é o STJ”, Flávio Dino sobre PF ouvir porteiro

 

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Governador do Maranhão, Flávio Dino/Foto: Reprodução

O governador e ex-juiz federal Flávio Dino (PCdoB-MA), evocou mais uma vez a Constituição Federal nesta quarta-feira (30), através de sua conta no twttir para informar ao presidente Jair Bolsonaro, que apenas o STJ pode federalizar um processo.

‘Conforme a Constituição Federal, só quem pode federalizar um processo é o STJ. Está no artigo 109, parágrafo 5º, da Constituição. No mesmo preceito, há os requisitos necessários. Portanto, não é uma questão de mera discricionariedade’, disse Flávio Dino.

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Presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança)/Foto: Reprodução

Abalado pela repercussão da reportagem da Globo, em que é citado como suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, o presidente Bolsonaro disse que acionou o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança), para que o porteiro do prédio onde reside no Rio de Janeiro, seja ouvido novamente agora pela Polícia Federal.

Com base na iniciativa de Bolsonaro o governador Flávio Dino destacou a importância e grandeza da Constituição como instrumento imperativo da democracia. Para Dino, arroubos autoritários não se sobrepõe a Constituição Federal.

‘A Constituição é maior do que a lei da selva. Não há rugido prepotente que possa se sobrepor ao respeito às regras do jogo democrático’, enfatizou Flávio Dino.

O presidente Bolsonaro disse que não lembra do vizinho Ronnie Lessa

 

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Presidente Jair Bolsonaro/Foto: Reprodução

De acordo com a Folha de SP, o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (13),  chamou alguns jornalistas para um café da manhã e disse não se lembrar de Ronnie Lessa, cuja casa fica na mesma rua da sua, em condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Ao ser indagado se conhecia o sargento reformado da polícia militar do Rio, Ronnie Lessa, apontado como executor da vereadora Marielle Franco, respondeu: “Não lembro desse cara. Meu condomínio tem 150 casas”.

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