Bolsonaro disse que se o filho for culpado terá que pagar. Será?…

 

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Bolsonaro concede entrevista à agência de notícias Bloomberg, em Davos Foto: Reprodução

RIO — Em entrevista para a agência de notícias Bloomberg, em Davos (Suíça), nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que se o senador eleito Flávio Bolsonaro , seu filho mais velho, errou e se isso for provado, ele terá que pagar pelos atos dele.

— Se por acaso ele errou, e isso for provado, eu lamento como pai, mas ele terá que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar.

Segundo a agência de notícias, a investigação sobre Flavio Bolsonaro corre o risco de “minar a agenda anticorrupção do presidente”.

Flávio está na berlinda desde que foram divulgadas as movimentações financeiras atípicas de R$ 1,2 milhões do ex-assessor Fabrício Queiroz, registradas pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). Conforme revelou o colunista Lauro Jardim, no domingo, a movimentação do ex-assessor chega a R$ 7 milhões em três anos.

A situação do senador eleito se agravou após a revelação pelo Jornal Nacional de que o Coaf encontrou 48 depósitos em dinheiro vivo no valor de R$ 2 mil entre junho e julho de 2017 nas contas bancárias de Flávio. Segundo Flávio, o dinheiro é parte do pagamento da venda de uma cobertura em Laranjeiras, no Rio.

A transação em dinheiro vivo foi confirmada pelo ex-atleta Fábio Guerra, que comprou o imóvel. No entanto, as datas dos depósitos fracionados divergem dos pagamentos registrados na escritura de venda do imóvel.

Ontem, após operação do Ministério Público contra milícias no Rio, também veio à tona a informação de que Flávio Bolsonaro empregava  a mulher e a filha do ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe da milícia do Rio das Pedras e tido como o homem-forte do Escritório do Crime,  organização suspeita do assassinato de Marielle Franco.

(Jornal O Globo)

‘Caso Queiroz’ faz “sumir” da agenda de Bolsonaro entrevista coletiva na Suíça

 

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Hamilton Mourão (Vice-Presidente), Flávio Bolsonaro (Senador Eleito) e Jair Bolsonaro (Presidente do Brasil)/Foto:Reprodução

Jair Bolsonaro viaja na noite deste domingo (20), para Suíça. Será sua primeira viagem internacional como presidente do Brasil. Os ministros Paulo Guedes (Economia) e Sérgio Moro (Justiça e Segurança) farão parte da comitiva presidencial.

O comando do país atá quinda-feira (25), ficará nas mãos do general Hamilton Mourão, também pela primeira vez. Jair Bolsonaro participará do Fórum Econômico Mundial em Davos.

A comitiva brasileira apresentará na Suíça as medidas que está adotando na área econômica e de combate a corrupção. Na agenda de Jair Bolsonaro em Davos, no primeiro dia do Fórum, havia a realização de uma entrevista coletiva que “sumiu” da escala de compromissos do presidente.

A coletiva de imprensa em Davos teria saído da programação oficial, após a revelação e repercussão dos 48 depósitos totalizando R$ 96 mil na conta do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Bolsonaro. Na manhã de hoje eles se reuniram, certamente para tratarem do assunto e evitar ainda desdobramentos sobre o caso.

O presidente ainda não se pronunciou sobre o relatório do COAF, que levantam suspeitas sobre movimentações atípicas realizadas por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, até poucos dias antes de se tornarem públicas.

Semana passado as investigações foram suspensas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido de Flávio Bolsonaro, o que acabou aumentando as suspeitas contra o filho e a família do Presidente, de envolvimento no caso.