General Fernando Azevedo desiste da Diretoria-Geral do TSE

O general Fernando Azevedo, ex-ministro da Defesa do governo do Bolsonaro, não assumirá a Diretoria-Geral do TSE. Um novo nome será anunciado até o fim desta semana.

“Na última terça-feira (15), o general Fernando Azevedo comunicou aos ministros Edson Fachin e Alexandre de Morais que, em virtude de questões pessoais de saúde e familiares, não ficará à frente da Diretoria-Geral do Tribunal Superior Eleitoral na próxima gestão que inicia em 22 de fevereiro”, disse o TSE, em nota.

“..com Bolsonaro, só haverá instabilidade, agressões e incompetência..”, Dino sobre demissão de ministro

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), um dos mais contumazes críticos do governo Bolsonaro, nesta segunda-feira, dia 29, classificou a demissão do general Fernando Azevedo do Ministro da Defesa, como prova da desagregação do governo federal.

“Muito grave a desagregação do governo federal, que não vem de hoje. Está mais do que provado que, com Bolsonaro, só haverá instabilidade, agressões e incompetência. Democracia e Constituição são as nossas luzes para vencer essas trevas”, destacou Flávio Dino, nas redes sociais.

Flávio Dino também comentou durante entrevista ao site O Antagonista sobre a carta do ex-ministro Fernando Azevedo.

Na noite de hoje o presidente Jair Bolsonaro anunciou o substituto de Fernando Azevedo, além de outras mudanças.

Casa Civil: sai Walter Braga Netto e entra o general Luiz Eduardo Ramos; Justiça e Segurança Púbica: sai André Mendonça e entra Anderson Torres, que era secretário de Segurança do governo do DF; Ministério da Defesa: sai o general Fernando Azevedo e Silva entra o general Walter Braga Netto; Relações Exteriores: sai Ernesto Araújo e assume o embaixador Carlos Alberto Franco França, chefe do cerimonial do Palácio do Planalto; Secretaria de Governo da Presidência da República, sai Luiz Eduardo Ramos e assume a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF).

Em nota o agora ex-ministro Fernando Azevedo agradeceu e disse que “preservou as Forças Armadas como instituições de Estado”.

“Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa.

Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado.

O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da
população brasileira.

Saio na certeza da missão cumprida.
Fernando Azevedo e Silva”.

Tensão entre Poderes: Forças Armadas não aceitam tomada de poder por outro poder

 

Foto: Reprodução

O presidente Bolsonaro, o vice-presidente, general Mourão e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, assinaram uma nota divulgada pela Secom que afirmam que as Força Armadas não aceitam “ordens absurdas”, como “tomada de Poder”.

Na última sexta-feira (12), o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, disse que é “ultrajante e ofensivo” falar em “golpe” com apoio das Forças Armadas, porém, ele fez a ressalva de que isso nunca acontecerá se a oposição “não esticar a corda”.

A declaração voltou criar um clima de tensão e reações entre os poderes.

“A missão institucional das Forças Armadas na defesa da Pátria, na garantia dos poderes constitucionais e na garantia da lei e da ordem não acomoda o exercício de poder moderador entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, disse o ministro Fux do STF em uma ação.

A nota assinado por Bolsonaro, Mourão e Fernando Azevedo foi em resposta à repercução da decisão do ministro STF.

“As FFAA do Brasil não cumprem ordens absurdas, como p. ex. a tomada de Poder. Também não aceitam tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República, ao arrepio das Leis, ou por conta de julgamentos políticos”, afirma a nota.

(Congresso em Foco)