Eliziane Gama confirma acordo para candidatura feminina no Senado

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) confirmou nesta quarta-feira, dia 24, ao site UOL, a existência de um acordo entre ela e a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), para disputa da presidência do Senado.

“Acho que há esse sentimento de ter uma mulher no comando. E acho que a história pode se repetir dando desta vez não uma eleição do colega Davi, que pessoalmente tenho total respeito a ele, mas uma eleição de uma mulher”, diz Eliziane Gama.

Segundo a senadora maranhense, que está de licença do Senado para assumir uma pasta do governo do Maranhão, durante o período que estiver afastada do senado, ressalta que o objetivo da candidatura feminina é acabar com um ciclo de 200 anos sem que uma mulher ocupe a presidência do Senado.

CCJ aprova com 21 a 5 votos indicação de Zanin para o STF

Os membros da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovou no final da tarde desta quarta-feira, dia 21, a indicação do advogado Cristiano Zanin para o STF, com 21 votos a favor e 5 contra do total de 26 votos.

Eram necessários 14 votos para aprovação de seu nome colegiado. Agora, a indicação seguirá para o plenário da Casa Alta, onde precisa de 41 votos.

Zanin no STF: sabatinado e votação serão quarta, dia 21

O advogado Cristiano Zanin será sabatinado no Senado Federal na terça-feira, dia 21, o relator da indicação será o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

A data foi confirmada nesta segunda-feira, dia 12, pelo senador Davi Alcolumbre, presidente CCJ do Senado. A votação no plenário acontece no mesmo dia.

Indicado pelo presidente Lula o advogado Zanin deverá ocupar a vaga no STF que era do ministro aposentado Ricardo Lewandowscki.

“Senado Brasileiro acompanha atentamente invasão ao Capitólio nos EUA” diz Alcolumbre

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se posicionou sobre a invasão do Capitólio nos EUA, nesta quarta-feira, dia 6. Ele ratificou seu compromisso com a democracia e disse que o Senado Brasileiro acompanha atentamente o que esta acontecendo.

“O Senado brasileiro acompanha atentamente o desenrolar desses acontecimentos, enviando aos congressistas e ao povo americano nossa solidariedade e nosso apoio. Defendo, como sempre defendi, que a democracia deve ser respeitada e que a vontade da maioria deve prevalecer (..) As imagens da invasão aoCongresso americano,em uma tentativa clara de insurreição e de desprezo ao resultado das eleições por parte de um grupo,são inaceitáveis em qualquer democracia e merecem o repúdio e a desaprovação de todos os líderes com espírito público e responsabilidade”, destacou no Alcolumbre no twitter.

Outros chefes de poderes brasileiros também se pronunciaram em relação à invasão do coração da política nos EUA. Entre eles, o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, o ministro Roberto Barroso, presidente do TSE. O presidente Jair Bolsonaro, chefe do Poder Executivo, ainda não se posicionou.

Maioria no STF se posiciona contra reeleição de Maia e Alcolumbre

O STF barrou a possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente na Câmara e Senado Federal.

Se posicionaram a favor da reeleição: Gilmar Mendes, Alexandre de Morais, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Foram contra: Marco Aurélio, Roberto Barroso, Luis Fux, Rosa Weber e Edson Fachin.

O ministro Nunes se posicionou parcialmente autorizando apenas a reeleição de Davi Alcolumbre no Senado.

STF atropelar Constituição choca tanto quanto nossa indignação seletiva

* Leonardo Sakamoto

Óbvio que permitir a reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre (DEM) ao comando da Câmara dos e do Senado dentro de uma mesma legislatura é casuísmo e passa por cima do que está na Constituição Federal. O que surpreende não é o Supremo Tribunal Federal vir a tomar tal decisão, mas muita gente boa ficar surpresa apenas com ela.

Quando a Constituição é atropelada “por uma boa causa” (na opinião de quem atropela, claro), não raro, minimiza-se. Alguém grita “levanta e deixa de frescura”, diz que é pelo bem do país ou no máximo entrega um band-aid para estancar a hemorragia. Afinal, ela tem 32 anos, aguenta o tranco – devem pensar. Em outros casos de atropelamento, porém, trombeteia-se o apocalipse zumbi.

Há quem, sistematicamente e coerentemente, critique quando a Justiça passa por cima da lei escrita. Mas também há quem reclame apenas quando isso vai contra aquilo que acha certo, usando como justificativa que o caso é grave e que estamos à beira de um colapso.

A verdade é que o colapso já chegou. Apenas nos indignamos seletivamente diante dele. Talvez para não reconhecermos que o colapso se tornou aquilo que chamamos de cotidiano.

Por exemplo, em abril, o STF atropelou o texto constitucional ao permitir redução de salários e jornada de trabalho sem passar por acordo coletivo com sindicatos para quem ganha até R$ 3.135 ou mais que R$ 12.202,12, chancelando uma Medida Provisória de Jair Bolsonaro. Que poder de negociação tem um trabalhador pobre sozinho? Muitos patrões disseram que a medida ajudava a agilizar a proteção de empregos, mas muitos trabalhadores discordaram e afirmaram que ela os jogava na cova dos leões.

Vale voltar um pouco nessa história. O processo de impeachment esgarçou instituições para se consumar e passou por cima de muita coisa. Para seus artífices, era preciso retirar Dilma Rousseff, e, diante disso, tudo era possível – de entregar a condução do processo a um notório gangster que transformou a Câmara dos Deputados em seu playground particular e hoje está preso, sendo lembrado por seus tuítes mediúnicos, até aceitar uma acusação frágil, baseada naquilo que todos os governos fizeram antes dela.

Que seu governo estava ruim na economia e vivia em guerra com povos indígenas em nome de um conceito predatório de desenvolvimento, isso é inegável. Mas a partir do momento que você joga fora as regras que construímos legalmente para viver em mínima harmonia, diante de suas necessidades particulares e imediatas ou da opinião de seu grupo, isso abre uma ferida. Que não se fecha facilmente. E infecciona. E depois, quando você menos espera, te engole.

A indignação seletiva e sua prima, a seletividade judicial, não nasceram com o impeachment. Fazem parte das estruturas que mantém as coisas como são, beneficiando um grupo pequeno diante do grosso da população. Mas ele piorou tudo. E ajudou a produzir mutações.

O processo de derretimento das instituições e do respeito da sociedade a elas não pode ser freado do dia para a noite após iniciado. Demanda nova pactuação política e social, aliada a muito suor em articulações para a construção de consensos.

Sabíamos, em 2016, que a reação em cadeia nos levaria inexoravelmente para o buraco. Leia-se por “buraco” a eleição, por vias democráticas, de uma figura antidemocrática em 2018, cavalgando o discurso de que traria soluções (autoritárias) para uma população cansada do clima de “vale tudo” e de “ninguém é de ninguém”.

Eleito, Bolsonaro aprofundou o processo de esgarçamento, engolindo instituições de monitoramento e controle para servirem às suas necessidades. Receita Federal, Coaf, Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República, Incra, Ibama, ICMBio, Funai. Trava uma guerra com o próprio Supremo, que tem segurado a peteca, muitas vezes de forma torta.

Da planície, seguidores do presidente sentem-se empoderados com o atropelo de regras e fazem sua própria lei. Armados de balas e de ignorância, ameaçam, matam, desmatam, atemorizam a população.

A corte, por sua ação e inação, por dar pesos diferentes a crimes semelhantes dependendo do réu, por se calar quando precisávamos que reafirmasse a Constituição e por passar por cima dela quando bem quis, também é responsável pelo esgarçamento institucional que vivemos.

Parte da sociedade, que incentivou isso, também. Discurso e prática deveriam ter sido outros há muito. Infelizmente, o tempo para prevenir passou e, agora, o jeito vai ser remediar o que for possível. Se, é claro, formos capazes de defender a Constituição, mesmo quando ela vai de encontro aos nossos desejos e interesses.

Entidades são contra reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre

Do Congresso em Foco

Mais de 20 entidades da sociedade civil divulgaram nesta quarta-feira, dia 2, contra a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Uma ADI que questiona a possibilidade está na pauta do STF para ser julgado ainda está semana.

Nas eleições do Congresso Nacional, a Constituição tem que valer

2 de Dezembro de 2020
São Paulo, 02 de dezembro de 2020

Acompanhamos com atenção o julgamento que terá início nesta sexta-feira (4/12), no Supremo Tribunal Federal, a respeito da possibilidade de reeleição das Mesas Diretoras na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Movida pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6.524 questiona a constitucionalidade da recondução dos presidentes das duas casas.

A Constituição Federal não poderia ser mais clara quanto à impossibilidade de reeleição em uma mesma legislatura. Em seu artigo 57, parágrafo 4º, preconiza: Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.

Debates acerca de dispositivos constitucionais são usuais e, em grande medida, enriquecedores ao caminhar de uma sociedade democrática. Entretanto, neste caso, as margens a interpretações são extremamente estreitas, quiçá inexistentes, pois a interdição à reeleição às presidências do Congresso Nacional está explícita em nossa Carta Magna. Qualquer decisão que venha a contradizer um enunciado tão claro assume o risco de chancelar uma afronta a preceitos chave do pacto que rege os Poderes da República e o regime democrático brasileiro.

Por essa razão, as organizações subscritas expressam sua preocupação frente à possibilidade de violação constitucional no âmbito da decisão sobre a ADI 6.524 e, portanto, reclamam aos ministros do Supremo Tribunal Federal, guardiões da nossa Lei Maior, que assegurem seu cumprimento de forma categórica.

A sociedade civil brasileira não hesita em defender o STF frente aos ataques infundados e irresponsáveis que a corte vem sofrendo nos últimos anos. Porém, a defesa e o fortalecimento da democracia no Brasil pressupõem o respeito absoluto à Constituição Federal de 1988. Não há subterfúgios ou conjuntura política que tornem justificável o descumprimento de determinações constitucionais claras e inequívocas. O precedente que uma decisão como essa pode abrir é extremamente grave, sobretudo no atual contexto de tantas ameaças às instituições e ao Estado Democrático de Direito no Brasil. O respeito
à Constituição não permite concessões.

Assinam:

Associação Brasileira de Imprensa – ABI
Abong – Associação Brasileira de ONGs
Associação Cidade Escola Aprendiz
Associação da Parada LGBT de São Paulo
Conectas Direitos Humanos
Delibera Brasil
Fundação Avina
Fundação Tide Setubal
Girl Up Brasil
IDEAS – Assessoria Popular
INESC – Instituto de Estudos Socioeconômico
Instituto de Defesa do Direito de Defesa – IDDD
Instituto Ethos – Empresas e Responsabilidade Social
Instituto Igarapé
Instituto Nossa Ilhéus
Instituto Sou da Paz
Instituto Update
Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político
Política Viva
Projeto Saúde e Alegria
Rede Brasileira de Conselhos – RBdC
TETO Brasil
Transparência Brasil
Transparência Capixaba
Transparência Eleitoral Brasil
Ocupa Política
Virada Política

(Do Congresso em Foco)

Plenário do STF julgará ADI sobre reeleição no Senado e Câmara

O ministro do STF, Gilmar Mendes, para o plenário o julgamento da ação para decidir se Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), ser candidatos à reeleição para o cargo na mesma legislatura.

Gilmar Mendes é o relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade, contestada. O Plenário do STF terá que chancelar a decisão.

AGU e PGR dizem que a Câmara e o Senado têm independência para regular as próprias eleições. (Congresso em Foco)