Aprovado texto base do ‘Pacote Anticrime’ com sabor de derrota para Moro e Bolsonaro

 

Bolsonaro em Curitiba
presidente Bolsonaro e o ministro Sérgio Moro/Foto: Reprodução

A Câmara Federal aprovou o texto base do ‘pacote anticrime’ na noite desta quarta-feira (4), com 408 votos a favor, 9 contra e 2 abstenções. Apesar da aprovação de certa forma tranquila, o ministro Sérgio Moro e o presidente Jair Bolsonaro foram considerados derrotados com resultado.

Ficaram de fora o excludente de ilicitude, uma espécie de licença para matar, e a prisão após condenação em segunda instância, e o acordo ‘Plea Bargain’. As medidas eram bandeiras principais de Sérgio Moro.

Dos 18 parlamentares da bancada maranhense 10 participaram da votação e todos votara a favor. Foram eles: Dr. Gonçalo (Avante), Jucelino Filho (DEM), Marreca Filho (Patriota), Márcio Jerry (PCdoB), Gil Cutrim (PDT), Gildenemyr (PL), Eduardo Braid (PMN) , André Fufuca (PP), Gastão Vieira (Pros), Bira do Pindaré (PSB), Edilázio Junior (PSD), Pedro Lucas Fernandes (PTB).

Flávio Dino critica ‘pacote anticrime’ de Moro ao defender ‘Presunção de Inocência’

 

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Seminário Medidas Penais ocorrido em Brasília/Foto: Reprodução

O governador Flávio Dino falou nesta quinta-feira (25), em Brasília, sobre artigo 5º, inciso 57 que trata da “Presunção de Inocência”, durante Seminário promovido pelo Partido dos Trabalhadores. O mote do palestra foi a prisão do ex-presidente Lula e o “pacote anticrime” do ex-juiz e atual Ministro da Justiça Sérgio Moro.

Ex-juiz federal, Flávio Dino, tem sido voz recorrente no debate político-jurídico no país. Para ele, o “pacote anticrime” de Moro interferi na Constituição Federal, onde trata da “Presunção de Inocência” que estabelece que  ninguém é culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

“A primeira contradição aparente para se enfrentar, é porque quando se fala de medidas penais, pensamos logo em prisão, punição e castigo e, se fosse assim, seria admissível a tortura, provas ilícitas, porque aí teria maior eficiência. O objetivo do Direito Penal, contraditoriamente do que a semântica pode indicar, é proteger a liberdade, garantir a máxima eficácia preventiva com o mínimo sacrifício da liberdade”, ressaltou Dino, ao destacar que o Direito Penal é para proteger a liberdade.

O governador do Maranhão disse ainda, que ninguém poderá ser condenado sem um acervo de provas acima de qualquer dúvida razoável. Nesse contexto, segundo ele, o caso do ex-presidente Lula é um exemplo dessa interferência na “Presunção de Inocência”, defendida por Sérgio Moro.

“Não há prova, a cima de qualquer dúvida razoável, que o tríplex é dele”, assegura.

Para Flávio Dino,  a conjuntura política, econômica e social atual no Brasil é propícia a ideias mais radicais para o Direito Penal, e o Pacote do Moro reforça isso.

Diretor do ‘Tropa de Elite’ diz que ‘pacote’ de Moro favorece Milícias

 

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Ministro Sérgio (Ministro da Justiça e Segurança) e José Padilha (Diretor do Filme Tropa de Elite)/Foto: Reprodução

247 – O cineasta José Padilha, diretor de Tropa de Elite, desferiu um duro golpe contra o ministro Sergio Moro, em artigo publicado nesta terça-feira, ao dizer que seu pacote de segurança pública estimula o crescimento das milícias, que, por sua vez, são ligadas ao clã Bolsonaro.

“Sergio Moro finge não saber o que é milícia porque perdeu sua independência e hoje trabalha para a família Bolsonaro. Flávio Bolsonaro não foi o senador mais votado em 74 das 76 seções eleitorais de Rio das Pedras por acaso…”, afirma.

Segundo Padilha, o pacote anticrime que Sergio Moro enviou ao Congresso “é um pacote pró-milícia, posto que facilita a violência policial”. Ele lembra ainda que, apenas no Rio de Janeiro, a cada seis horas, policiais em serviço matam alguém e que apenas 2% dos casos são denunciados à Justiça e poucos chegam ao Tribunal do Júri.

“Aprovado o pacote anticrime de Sergio Moro, esse número vai tender a zero. Isso porque o pacote prevê que, para justificar legitima defesa, bastará que o policial diga que estava sob ‘medo, surpresa ou violenta emoção'”, diz ele.

Padilha diz ainda que “é obvio que o pacote anticrime de Moro vai estimular a violência policial, o crescimento das milícias e sua influência política”. Por fim, ele afirma que o ex-juiz é uma espécie de “antiFalcone”, referindo-se ao juiz italiano que conduziu a Operação Mãos Limpas e foi assassinado pela máfia. “Seu pacote anticorrupção é, também, um pacote pró-máfia”, diz Padilha.

Pacote Anticrime do Governo: Corrupção e Caixa 2

 

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Ayres Brito (Ex-presidente do STF) e Sérgio Mouro (Ministro da Justiça e Segurança)/Foto: Reprodução

“Quem começa pelo Caixa 2, termina no diabo a quatro”, Ayres Brito (Ex-presidente do STF).

“Caixa 2 não é corrupção”, ex-juiz da Lava-Jato Sérgio Mouro (Ministro da Justiça e Segurança do governo Bolsonaro).