Delegado do caso Celso Daniel acusa Veja e Senadora por ‘armação’

 

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Delegado Rodrigo Bossi de Pinho/Foto: Reprodução

O delegado Rodrigo Pinho de Bossi, responsável pelo caso que envolve a delação de Marcos Valério, criador do Mensalão do PSDB, desmentiu a reportagem da revista Veja desta semana afirmando que o tucano acusou o ex-presidente Lula de ser o mandante do assassinato de Celso Daniel.

De acordo com o delegado, ao reproduzir esse discurso, a revista busca influir no julgamento sobre a prisão a partir da condenação em segunda instância e impedir que Lula seja colocado em liberdade.

Em entrevista ao DCMPinho de Bossi ainda disse que por trás de toda a armação está Mara Gabrilli, senadora do PSDB que admitiu, em depoimento a uma CPI em Santo André, que participou do esquema de corrupção que existia na cidade mesmo antes da administração petista.

“Sabia que eles estavam tentando influenciar no julgamento do STF”, acrescentou.

Mesmo assim, o vídeo não contém nenhuma declaração que liga Lula ao assassinato de Celso Daniel.

”O Marcos Valério jamais disse ‘foi o Lula’. Ele disse que o Ronan (Maria Pinto, empresário do setor de transporte em Santo André) ameaçava dizer que foi ele. São coisas completamente diferentes”, afirmou o delegado, hoje aposentado em razão de um câncer em estádio avançado.

Rodrigo Bossi de Pinho tem os vídeos do depoimento de Marcos Valério porque o acordo de delação premiada foi feito com ele, depois de uma tentativa frustrada com representantes do Ministério Público, tanto o estadual de Minas Gerais quanto o federal.

A alegação para a falta de interesse do Ministério Público é que faltaria credibilidade a Marcos Valério. Rodrigo Bossi de Pinho, no entanto, tem razões para suspeitar que os motivos são outros. Valério denuncia um esquema de corrupção que envolve políticos de partidos de A a Z, mas não só. Também há autoridades do Judiciário, órgãos de imprensa, peritos, policiais.

“Não existiu mensalão do PSDB ou mensalão do PT. Existe um caixa construído com dinheiro de quem se beneficia de desvios e de decisões do Estado para manter as coisas como são”, afirmou.

Segundo ele, a delação de Valério tem relatos importantes, inclusive sobre desvios a partir do processo de simiprivatização da Cemig, a estatal de energia de Minas Gerais, em 1998, que envolve a cúpula do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Mas, sobre isso, Veja silenciou, e preferiu investir na farsa de Lula como mandante do assassinato de Celso Daniel.

“Todo investigador de homicídios parte da motivação. Eu fui delegado de homicídios durante seis anos. Não há motivação pra Lula matar Celso, como também não havia para Celso delatar o esquema. Celso arrecadava para o PT conscientemente”, disse.

“Ele descobre que Sombra e Ronan estavam com um esquema criminoso, arrecadando do crime organizado, e botando parte do dinheiro no bolso. O Celso também seria o ministro, no lugar do Palocci. Qualquer problema, então, seria resolvido interna corporis. Não havia motivação pra matar, pois o Celso não ia jogar sujeira no ventilador. Então, só sobra motivação pro Sombra (Sérgio Gomes da Silva, já falecido, que foi amigo do ex-prefeito de Santo André) e pro Ronan.

São hipóteses que o delegado traça, mas esta é uma investigação de que ele não se ocupou. Em São Paulo, a Polícia Civil investigou o caso duas vezes, e concluiu que foi crime comum.

“Toda vez que este assunto retorna é para desviar a atenção de algo presente e relevante. Foi crime comum, mas os radicais insistem nas teorias da conspiração”, comentou, por sua vez, o delegado Marcos Carneiro Lima, do DHPP, também ele sentindo no ar o cheiro da armação por conta do julgamento sobre a prisão a partir da condenação em segunda instância.

Lula não reivindicou esse julgamento, embora ele seja alcançado pela possível decisão do STF em favor do princípio constitucional da presunção de inocência, que está na essência da questão da segunda instância.

Rodrigo Bossi de Pinho reafirmou: “Repito: o Marcos Valério nunca disse que foi o Lula. E isso já tem um ano. A Veja faz parecer que foi agora”, disse.

É armação.

(Revista Fórum)

Veja reage ao risco do fim da prisão em 2ª instância e liberdade de Lula

 

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Marcos Valério/Foto: Reprodução

Ofensiva da revista Veja contra Lula continua mais viva que nunca. Bastou a ministra Rosa Weber, se posicionar contra a prisão em 2ª instância, que poderá favorecer a derrubada do entendimento e favorecer o petista, que a revista ressuscitou Marcos Valério e desenterrou o caso Celso Daniel.

A Veja divulgou nesta sexta-feira (25), uma matéria em que o criador do Mensalão do PSDB, em depoimento ao Ministério Público de São Paulo, prestado no Departamento de Investigação de Homicídios de Minas Gerais, disse ter ouvido do empresário Ronan Maria Pinto, que participava de um esquema de cobrança de propina na prefeitura de Santo André, que o ex-presidente foi o mandante do assassinato.

Na publicação, Valério diz que foi escalado pelo secretário da Casa Civil, Gilberto de Carvalho, para procurar Ronan, que estaria chantageando o governo.

Na conversa, Ronan teria exigido dinheiro para ficar calado, declarou que não ia “pagar o pato” sozinho e que iria citar o presidente Lula como “mandante da morte” do prefeito de Santo André. Nas palavras de Valério, Ronan ia “apontá-lo como cabeça da morte de Celso Daniel”. (Revista Fórum)

Editor do The Intercept Brasil revela conversa com fonte de mensagens

 

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Glenn Greenwald Foto: Reprodução

telegram-iphone-v1A fonte que entregou os diálogos da Operação Lava Jato ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, negou em conversa no dia 5 de junho que também tenha sido responsável pela invasão ao Telegram do Ministro da Justiça, Sergio Moro. O diálogo foi repassado a VEJA pelo próprio Greenwald.

Na mensagem, o jornalista pergunta à fonte se ela havia lido uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre a invasão ao celular do ministro. O título da matéria dizia que o hacker usou aplicativos do aparelho e trocou mensagens por seis horas. “Posso garantir que não fomos nós”, responde a fonte, em mensagem transcrita de forma literal.

“Nunca trocamos mensagens, só puxamos. Se fizéssemos isso ia ficar muito na cara”, diz a fonte em outra mensagem, antes de criticar o método de ação empregado contra o ministro. “Nós não somos ‘hackers newbies’ [amadores], a notícia não condiz com nosso modo de operar, nós acessamos telegrama com a finalidade de extrair conversas e fazer justiça, trazendo a verdade para o povo.”

Segundo Greenwald, o primeiro dos contatos com a fonte ocorreu no início de maio. Ou seja, um mês antes da denúncia feita pelo Ministério da Justiça. Ele conta que foi apresentado à fonte por um intermediário, e reitera que todos os contatos foram feitos virtualmente. Greenwald também afirmou desconhecer a identidade do hacker, que teria extraído todo material do Telegram de Dallagnol.

(Informações Veja)

Bolsonaro ataca Haddad e petista pergunta se ele já pode debater

 

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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) (Silvia Izquierdo/AP – Paulo Whitaker/Reuters)

Rivais na disputa do segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) trocaram farpas neste sábado, 5, pelo Twitter por causa de uma reportagem do portal noticioso alemão Deutsche Welle.

Na sexta-feira, Haddad compartilhou o link de um texto, publicado em 28 de novembro passado, intitulado “Brasil,um país do passado”, com críticas fortes a Bolsonaro e às ideias de seus seguidores – entre outras coisas, apontava que “no Brasil, está na moda um anti-intelectualismo que lembra a Inquisição” e que “seus representantes preferem (o pastor) Silas Malafaia a Immanuel Kant (filósofo alemão).

Na tarde deste sábado, Bolsonaro retrucou, também em um post no Twitter, chamando Haddad de “fantoche do presidiário corrupto” e “marmita”. “A verdade é que o marmita, como todo petista, fica inventando motivos para a derrota vergonhosa que sofreram nas eleições, mesmo com campanha mais de 30 milhões mais cara”, escreveu, completando na sequência que “o PT quebrou o Brasil de tanto roubar, deixou a violência tomar proporções de guerra, é uma verdadeira quadrilha e ninguém aguenta mais isso!”.

 (Reprodução/Reprodução)

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Haddad, então, voltou a tuitar apontando o link para o texto do jornal alemão e convidou Bolsonaro para um confronto, lembrando o fato de o rival ter recusado participar de debates no segundo turno da eleição, alegando problemas de saúde. “Na verdade, quem disse isso foi um jornalista da Deutsche Welle, mas se você já se sentir seguro para um debate frente a frente, estou disponível. Forte abraço!”.

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(Informação Veja)