O deputado federal Tiririca (PL-SP), perdeu seu número de legenda para Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro. O comediante foi eleito em várias eleições com votações expressivas com o número 2222.
“Foi uma covardia o que fizeram. Estou muito chateado e me sinto desrespeitado. Já decidi que não sairei candidato neste ano (..) Achei um gesto desrespeitoso. Por três anos seguidos o número foi meu e conquistei votações expressivas, elegendo vários membros do partido junto comigo. Fiquei sabendo por terceiros que o número foi dado ao filho do Bolsonaro, e eles até agora não me procuraram para dar uma justificativa”, declarou Tiririca.
Tiririca foi eleito pela primeira vez em 2010 fazendo piadas no horário eleitoral e chamando o eleitor de “abestado”. Nesse pleito foi eleito o deputado mais votado no país com 1,3 milhões de votos.
Jair Bolsonaro se desentendeu com Valdemar Costa Neto por causa do diretório do PL em São Paulo. Além da chave do cofre, o presidente impôs ao cacique do Centrão a candidatura do filho Eduardo Bolsonaro ao governo paulista.
Publicamente, Bolsonaro diz que avalia o nome de Tarcísio de Freitas, mas a verdadeira estratégia é lançar o ministro da Infraestrutura ao Senado e o filho ao governo, contra Rodrigo Garcia, vice de João Doria.
O deputado federal, Eduardo Bolsonaro (filho do presidente), que já havia dito que “para fechar o STF basta um cabo e um soldado”, na última quarta-feira (27), disse que a ruptura da democratica no Brasil não se trata mais de ‘se’, mas ‘quando’.
“.. entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas falando bem abertamente, opinião do Edurado Bolsonaro, não é mais uma opinião de ‘se’, mas de ‘quando’ isso vai ocorrer”..”, deputado Eduardo Bolsora sobre ruptura democratica.
O posicionamento de Eduardo Bolsonaro se deu em meio a reação do governo à operação da PF contra fake news, que teve como alvo aliados do presidente Bolsonaro.
Dep. Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o Dep. Federal Márcio Jerry (PCdoB-MA)
O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA), em resposta nesta terça-feira (14), ao também deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), lembrou que a responsabilidade da logística para pagamento dos R$ 600 do benefício na Caixa Econômica, é do presidente Bolsonaro, pai de Eduardo.
A reação de Márcio Jerry foi motivada pelo compartilhamento por Eduardo Bolsonaro, de um vídeo em que um bolsonarista em Timom cobra providencias do prefeito para evitar aglomeração.
“Em frente à CEF. Pede então para o teu pai tomar as providências necessárias para que isto não ocorra nas instituições bancárias. É responsabilidade dele, Eduardo Bolsonaro”, reagiu Márcio Jerry.
No Maranhão o governador Flávio Dino solicitou desde último dia 31 de março ao Banco Central para evitar aglomerações nas agencias bancárias, mais ainda não obteve nenhuma resposta.
Em Timon, no Maranhão, fila para receber os R$ 600 do coronavoucher dá a volta no quarteirão.
Cidadão filma enquanto pede encarecidamente ao prefeito para olhar pelo povo, pois está tudo fechado. pic.twitter.com/QMFGcciu7p
Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB)/Foto: Reprodução
A pré-candidatura de Flávio Dino a presidência da república e o Movimento 65 idealizado pelo PCdoB, para percorrer o país discutindo uma proposta para enfrentar os problemas e encontrar soluções para o Brasil, ao que parece já está incomodando o Palácio do Planalto.
No inicio da tarde desta sexta-feira (31), o governador do Maranhão, Flávio Dino, esclareceu qual objetivo do Movimento 65, que segundo ele, vai além das cores de uma logomarca como questionou o deputado federal Eduardo Bolsonaro, mais conhecido como ‘03′.
“O que defendo há alguns anos é uma frente política orgânica, similar a de outros países. Cito o Chile com a Concertación ou com a Nueva Mayoría. Isso nada tem a ver com nomes ou símbolos de cada partido. E sim com uma lição simples e eficaz: a união faz a força”, explicou Flávio Dino no twitter.
Ontem quinta-feira (30), o deputado federal Flávio Bolsonaro, filho do presidente, e um dos principais porta-vozes do governo Bolsonaro, atacou o PCdoB ao se referir às cores da logomarca do Movimento 65. Porém, rapidamente foi retrucado pelo deputado federal Márcio Jerry, que o chamou de defensor de milicias e ditadores.
“Partido defensor de todo tipo de ditadura genocida, agora o PCdoB tá tentando enganar o povo e escondendo o COMUNISTA de seu nome. Perceberam que os brasileiros repudiam o vermelho e agora se pintaram de verde-amarelo… spoiler: não vai adiantar”, disse Eduardo Bolsonaro.
“Defensor de milicianos, ditadura e AI 5 , deputado Eduardo Bolsonaro se incomoda com o Movimento 65 organizado pelo PCdoB, o partido mais verde e amarelo de verdade, mais Brasil, desde 1922. O incômodo do filho de Bolsonaro mostra só que o PCdoB está no rumo certo”, rebateu Márcio Jerry.
deputado Jucelino Filho (DEM-MA), presidente do Conselho de Ética da Câmara/Foto: Reprodução
A reunião desta terça-feira (26), no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, está sendo aguardada com expectativa. Os membros decidirão se abrirão ou não três processos contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
De acordo com a revista Revista Veja o deputado Jucelino Filho (DEM-MA), presidente do Conselho de Ética da Câmara, que escolherá através de sorteio o relator dos processos contra Eduardo Bolsonaro, já disse que acha exagero que o filho do presidente perca o mandato por ameaças à democracia através de um “Novo AI-5”.
Dos processos que serão analisados hoje na Comissão de Ética, contra Eduardo Bolsonaro, dois são relacionados às declarações dele em outubro sobre, “se a esquerda radicalizar”, a resposta pode ser “novo AI-5”. Ele se referia à medida adotada em 1964 pelo então presidente Costa e Silva, que teve como consequências perdas de mandatos de parlamentares e garantias constitucionais.
Postura semelhante a do deputado Eduardo Bolsonaro teve ontem, segunda-feira (25) nos EUA, o ministro da Economia Paulo Guedes, que foi muito criticado nas redes socias.
‘Não se assustem se alguém pedir o AI-5’, disse Guedes
Deputado Federal Márcio Jerry (PCdoB)/Foto: Reprodução
O deputado federal Márcio Jerry, vice-líder do PCdoB na Câmara Federal, não está convencido das desculpas de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), feitas na noite de ontem quinta-feira (31), após a repercussão negativa da sua declaração em defesa da ruptura democrática no país.
“O pusilânime dep @BolsonaroSP apela a um pedido de desculpas fake como tentativa de evitar punição pela pregação criminosa de volta à ditadura. Não cola ! Tem que responder pela bravata autoritária” disse no twitter Márcio Jerry.
Para Márcio Jerry, o filho do presidente Jair Bolsonaro só se desculpou porque diante da repercussão, reação da sociedade e protestos de todos os seguimentos da classe política, Eduardo Bolsonaro passou considerar iminente a cassação do seu mandato.
Após defender a possibilidade de um ‘novo AI-5’, Eduardo Bolsonaro, conseguiu unir contra ele todos seguimentos políticos das alas mais moderadas as radicais, inclusive do próprio partido e de bolsonaristas viscerais. A cassação de Eduardo Bolsonaro colocou no colo da Câmara Federal a responsabilidade de punir o parlamentar exemplarmente por conspirar contra a democracia que lhe deu um mandato de deputado.
A punição a Eduardo Bolsonaro foi levantada pelo presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), antes dos partidos de oposição anunciarem que vão pedir a cassação do deputado e filho do presidente.
“..apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detém as instituições democráticas brasileiras..”, disse através de nota Rodrigo Maia.
Ameaça de ruptura democrática no país feita esta semana no plenário da Câmara Federal, pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), já havia sido tratada durante gravação de entrevista no inicio da semana, no programa da jornalista Leda Nagle no youtube, veiculado nesta quinta-feira (31).
‘Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta pode ser via novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de plebiscito como ocorreu na Itália. Alguma resposta terá que ser dada”, disse o filho do presidente que chegou ensaiar ocupar a embaixada nos EUA.
Não é novidade posições autoritárias e anti-democráticas do clã-bolsonaro, principalmente do deputado Eduardo Bolsonaro. Ano passado durante a campanha eleitoral ele ameaçou o STF quando participava de uma palestra. A fala do parlamentar se deu em razão da possibilidade de seu pai Jair Bolsonaro e candidato a presidente ter a candidatura impugnada.
“Se quiser fechar o STF[…] manda um soldado e um cabo”, disse o deputado federal e filho do presidente.