Líder venezuelana María Corina ganha Nobel da Paz de 2025

Do O Globo

O Prêmio Nobel da Paz de 2025 foi concedido à opositora venezuelana Maria Corina Machado, anunciou o Comitê Norueguês do Nobel na manhã desta sexta-feira. Considerada uma “dama de ferro”, María Corina é o principal rosto da oposição que tenta derrubar o ditador chavista Nicolás Maduro.

Em vídeo enviado por sua equipe à AFP, é possível ouvir a líder opositora de 58 anos reagindo à premiação durante ligação com Edmundo González Urrutia, ex-candidato presidencial venezuelano: “Estou em choque!”, afirma. “Que é isso? Não acredito”.

Velha conhecida da política venezuelana, a ex-deputada venceu por ampla margem as primárias da oposição, mas não pôde registrar sua candidatura à presidência por estar inabilitada politicamente por 15 anos. González Urrutia, então, a substituiu como candidato nas eleições presidenciais de julho do ano passado, mas a líder opositora encabeçou vários comícios eleitorais pelo país.

AL-MA: Comissão de Direitos Humanos define calendário de ações

Membros da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e das Minorias da Assembleia Legislativa do Maranhão reuniram-se na manhã desta quinta-feira (15) para definir o calendário de ações para este segundo semestre. Um dos focos do colegiado será a assistência aos 16 maranhenses que estão detidos atualmente na Venezuela.

Sob a condução do presidente da Comissão, deputado Ricardo Arruda (MDB), o encontro contou com a presença dos parlamentares Carlos Lula (PSB) e Júlio Mendonça (PCdoB), que também integram o colegiado. Para este segundo semestre, os deputados também planejam discutir, em uma audiência pública, a intolerância religiosa, praticada principalmente contra os membros de religiões de matriz africana. 

Detidos na Venezuela

O deputado Ricardo Arruda vem alertando para a situação dos 16 maranhenses que estão detidos desde o dia 4 outubro do ano passado, na Venezuela, sob a acusação da prática de garimpo ilegal. De acordo com o parlamentar, os detidos estão sofrendo maus-tratos, com a saúde debilitada e tendo vários direitos básicos negados.

“O agravamento da situação política da Venezuela atinge também os maranhenses, pois quanto mais fragilidade institucional estiver no país, mais difícil fica a nossa intermediação nesse caso. De toda forma, a Assembleia Legislativa não estará inerte e estamos buscando outros canais para que possamos dar uma resposta satisfatória para os maranhenses presos e seus familiares”, pontuou Ricardo Arruda. 

Nesta sexta-feira (16), Arruda se reunirá com a titular da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Lília Raquel, para debater o tema e discutir formas de auxiliar os maranhenses presos. Além disso, a Comissão de Direitos Humanos também buscará uma reunião, em Brasília, com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e ainda com os parlamentares que integram a bancada maranhense no Congresso Nacional para que juntos busquem estratégias para garantir a assistência aos maranhenses.

Intolerância religiosa

Outro ponto debatido pela Comissão na reunião desta quinta-feira foi sobre a intolerância religiosa que afeta principalmente os integrantes das religiões de matriz africana. Nesse sentido, o colegiado realizará uma audiência pública com a participação de outros órgãos, como o Tribunal de Justiça do Maranhão, por meio da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MA), a Sedihpop, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) e a Defensoria Pública Estadual (DPE), entre outros, para debaterem o problema e encontrar formas de proteção às vítimas dos ataques intolerantes.

“Sabemos que, ao longo dos últimos anos, temos reiterados casos de violência entre pessoas que professam religiões distintas e é exatamente isso que queremos cessar. A convivência harmoniosa é o objetivo da Comissão. Estamos estruturando a audiência pública não no sentido de colocar uma religião contra a outra, mas que todo mundo dê as mãos e conviva de maneira pacífica”, disse o deputado Carlos Lula.

A mesma opinião foi compartilhada pelo deputado Júlio Mendonça.

“Precisamos trazer essa situação à luz desta comissão, chamando os atores, como o Governo do Estado, a sociedade civil e o Judiciário para que possamos estreitar os laços e buscar caminhos para que o Maranhão se desenvolva de forma mais justa”, destacou.  

De acordo com o Regimento Interno da Alema, entre as funções da comissão está a defesa dos direitos individuais e coletivos, além do desenvolvimento de ações que visem à eliminação das discriminações, assegurando aos maranhenses a sua plena participação da vida socioeconômica, política e cultural do estado.

Flávio Dino faz apelo em defesa da Constituição e Estado Democrático de Direitos

 

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Embaixada Venezuelana em Brasilia invadida por aliados de Juan Guaidó apoiados pelo deputado Eduardo Bolsonaro/Foto: Reprodução

O governador Flávio Dino (PCdoB), nesta terça-feira (13) fez um apelo nas redes sociais às autoridades e intuições brasileiras para defenderem o Estado Democrático de Direitos e a Constituição Federal, em razão da invasão da Embaixada Venezuelana em Brasília na manhã de hoje, por aliados de Juan Guiadó apoiados pelo filho do presidente brasileiro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro.

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Flávio Dino, governador do Maranhão/Foto: Reprodução

“Entre os absurdos que marcam uma invasão de Embaixada estrangeira em território brasileiro, destaco o descumprimento de Convenções internacionais e exposição de embaixadas brasileiras e cidadãos brasileiros em outros países. Autoridades não podem apoiar essa irresponsabilidade”, disse Flávio Dino.

Flávio Dino reiterou também que a Constituição Brasileira, que segundo ele, acredita que ainda está valendo, é claro em situações com a que estamos acompanhando no país.

“Diz a Constituição, que creio ainda estar vigente: Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: III -autodeterminação dos povos; IV – não-intervenção; VI – defesa da paz; VII – solução pacífica dos conflitos”, destacou o governador do Maranhão.  

A coerência de Mourão na ‘esquizofrenia de ditadores maus e bons’

 

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Vice-Presidente Hamilton Mourão/Foto: Reprodução

A senadora Eliziane Gama (PPS-MA), elogiou a postura do vice-presidente brasileiro Hamilton Mourão em meio recrudescimento da pressão em relação à crise na Venezuela.

Para a senadora, contrária ao regime adotado e defendido por Nicolás Maduro, as declarações de Mourão demonstra equilíbrio e coerência ao se posicionar contra intervenção no país vizinho e favorável a uma saída politicamente negociada.

“Em meio ao que está acontecendo, surge na verdade uma voz coerente, que é a voz do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, taxativamente contrário a uma intervenção militar na Venezuela. Agir a partir de conveniências ou interesses, sabe-se lá quais são, a gente nunca sabe qual o retorno, qual a repercussão, qual o resultado que isso pode ter ao final de tudo” afirma a senadora.

Eliziane questiona o que estaria por trás das reais intenções de Jair Bolsonaro e Donald Trump. Isto porque enquanto ambos demonizam Maduro, o presidente dos Estados Unidos elogia o ditador Norte-Coreano, Kim Jong-un, e o presidente do Brasil faz o mesmo com o ditador Paraguaio Alfredo Stroessner.

“Uma coisa é fato: ditador é ditador em qualquer lugar do mundo. O Kim, o Stroessner e o Maduro são igualmente ditadores” disse a senadora maranhense Eliziane Gama.

Ajuda Humanitária: Maduro diz que compra todo alimento que o Brasil quiser vender

 

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Nicolás Maduro durante pronunciamento em Caracas/Foto: Reprodução

O presidente da Venezuela Nícolas Maduro, na tarde deste sábado (23), durante pronunciamento em Caracas demonstrou todo seu descontamento principalmente com Estados Unidos, Brasil e Colômbia, por causa da ameaça de queda do regime venezuelano.

Maduro classificou de “traição” o apoio e ajuda humanitária dos países vizinhos e favoráveis ao  movimento, entre eles, o Brasil. Ao se referir aos alimentos enviados pelo governo bolsonaro, ele disse que os venezuelanos não são mau pagadores e estão dispostos a comprar todo alimento que o Brasil quiser vender.

“Estamos dispostos como sempre estivemos a comprar todo o arroz, todo o açúcar, todo leite em pó que vocês quiserem vender. (…) Não somos maus pagadores, nem mendigos, somos gente honrada e que trabalha. Querem o que? Trazer caminhões com leite em pó? Eu compro agora”, disse.

Fechamento da fronteira pela Venezuela ‘não é ato de agressão’

 

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General Hamilton Mourão (Vice-Presidente do Brasil) sobre fechamento da fronteira e pretensões de Trump em atacar a Venezuela/Foto: Reprodução

247 – Na contramão do discurso beligerante do governo Trump e de seu próprio governo, o vice-presidente Hamilton Mourão diz que o fechamento da fronteira pelo governo venezuelano é uma atitude que não representa qualquer agressão: “O fechamento da fronteira para nós não significa um ato de agressão. A Venezuela tem liberdade para fazer o que quiser”. Mourão defende em que “a questão da Venezuela tem que ser resolvida pelos venezuelanos”, em oposição aberta ao bolsonarismo sob o comando de Trump, que pretendem intervir no país vizinho.

As afirmações foram feitas numa entrevista à agência France Press (AFP), nesta quinta-feira (21). O vice-presidente brasileiro adotou um discurso moderado e conciliador: “Vejo essa reação [o fechamento da fronteira] simplesmente para impedir que ocorra esse processo de ajuda humanitária”. Para ele, a retórica agressiva dos americanos terá muita dificuldade de se transformar numa ação militar: “A ameaça está mais no campo da retórica do que na ação. Seria muito prematuro e fora de propósito os EUA realizarem uma intervenção militar dentro da Venezuela”.

As declarações de Mourão devem criar ainda mais arestas entre ele e o bolsonarismo, pois o governo está agindo freneticamente nos últimos dias em busca de uma confrontação com o governo Nicolás Maduro. Na entrevista ele descartou a possibilidade de Eduardo Bolsonaro ter alguma relevância na política externa brasileira: “O deputado federal Eduardo Bolsonaro foi aos Estados Unidos em um primeiro momento e estabeleceu alguns canais de comunicação. Mas obviamente esses canais informais, vamos dizer assim, acabaram sendo substituídos pelos canais normais da diplomacia”.

E, de maneira taxativa, ele descartou qualquer influência futura dos filhos de Bolsonaro no governo daqui para frente: “Agora vai chegar o momento em que cada um vai entender o tamanho da cadeira dele. A cadeira de deputado federal é uma, a cadeira de senador é outra e a cadeira de vereador é outra”.

Se Mourão tem uma mensagem de paz para a América Latina e a Venezuela, sua entrevista pode ser lida como mais uma declaração de guerra pelo clã Bolsonaro.

A íntegra da entrevista pode ser lida aqui.

Maduro diz que há um complô para derrubá-lo com apoio do Brasil

 

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Nicolás Maduro: Foto: Yamil Lage

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, avisou durante ato do Partido Socialista Unido, que em seu país a direita não fará o mesmo que fez no Brasil. Ele ainda classificou de “louco” o general Mourão, vice de Jair Bolsonaro, por declarar que o fim do governo maduro estaria próximo.

“A Venezuela não é o Brasil. Aqui não vai ter um Bolsonaro. Aqui será o povo e o chavismo por muito tempo(…). Bolsonaro aqui não teremos nunca, porque nós construímos a força popular”, declarou Maduro.

Para Maduro, há um complô orquestrado pelos Estados Unidos, para derrubá-lo e assassiná-lo, com apoio do Brasil e da Colômbia.

“Aqui o espero, com milhões de homens e mulheres e com as Forças Armadas (…). Aqui lhe espero, Mourão, venha pessoalmente”, desafiou Maduro em um inflamado discurso.

Maduro inicia no próximo dia 10 de janeiro um segundo mandato, de seis anos, após ser reeleito em votação boicotada pela oposição e denunciada por Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.

Maduro garantiu que John Bolton, assessor de Segurança Nacional dos EUA, deu instruções para “provocações militares na fronteira” entre Venezuela e Brasil em uma reunião com Bolsonaro.

Um dia após sua vitória eleitoral, em outubro, Bolsonaro descartou uma eventual intervenção militar na Venezuela, apesar das “sérias dificuldades” causadas pela “ditadura” de Maduro.

A pressão diplomática contra Maduro por parte de países vizinhos como Brasil e Colômbia aumenta diante da chegada de milhares de imigrantes venezuelanos que fogem da crise econômica em seu país.

Informações O Globo