“..temos até as convenções para isso..”, Dino ao 247 sobre união do grupo

O governador Flávio Dino (PSB), em entrevista terça-feira, dia 1º, ao programa Sua Excelência transmitido pelo Site 247, falou sobre vários temas relacionados à política.

Considerado uma das vozes mais atentas aos acontecimentos e rumos da política nacional e internacional, o governador criticou a postura do governo Bolsonaro em relação a guerra da Rússia e Ucrânia; eleições presidências; formação de federações; e sua candidatura ao Senado e ao governo do vice-governador Carlos Brandão.

“.. a guerra é uma crise elevada a enésima potência, por isso mesmo, os líderes precisam cumprir seus papéis (..) A primeira observação é que mais uma vez se evidenciou o quanto o líder brasileiro é inadequado para a função. Ele não cumpre papel nenhum, tarefa alguma. É atrapalhado, vez uma viagem fora de hora, não se compreendeu até agora qual foi ganho brasileiro..”, ressaltou Flávio Dino.

Sobre as eleições no Maranhão, o governador Flávio Dino, considerou uma eleição exitosa do ex-presidente Lula, a existência de candidaturas ao senado além da sua, e também, diálogo até as convenções com objetivo de unir candidaturas do grupo.

“..estamos dialogando, eu próprio, sou sempre um militante do otimismo, da fé de que a gente vai conseguir de algum modo, um entendimento. Porém mais adiante, temos até as convenções para isso”, Dino sobre as eleições no Maranhão.

O ‘hacker de Araraquara’ conta porque grampeou Moro e Procuradores da Lava Jato

247 – Walter Delgatti, o ‘hacker de Araraquara’, revelou em entrevista ao vivo à TV 247 nesta terça-feira (16) que descobriu, por meio das conversas a que teve acesso, que o ex-presidente Lula foi traído por uma pessoa próxima.

Questionado pelo jornalista Joaquim de Carvalho, disse ser uma pessoa que fazia parte do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, respondeu positivamente. E informou que foi uma ação – e não uma mensagem, ou declaração – que “acabou ajudando a Lava Jato e prejudicando Lula”.

Walter Delgatti contou em detalhes sobre o que o motivou a invadir os celulares de procuradores e do ex-juiz Sergio Moro: ele próprio foi alvo de uma operação do Ministério Público, pela qual foi acusado injustamente de traficante, preso por seis meses e perdeu todos os amigos, namorada e emprego.

Bolsonaro é refém dos ‘garotos’

 

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Carlos Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro/Foto: Reprodução

Por Gilvandro Filho

O presidente Jair Bolsonaro é hoje refém dos próprios filhos. Não dá um passo que não seja após ouvi-los. Pretere os seus auxiliares mais diretos em troca do palpite de um dos três. Tem em Flávio, Carlos e Eduardo uma espécie de tríade divina que tudo pode e que pensa ter nas mãos os destinos do Brasil e dos brasileiros. E não é assim. Ou não pode ser assim.

A crise da hora envolvendo o filho do meio Carlos Bolsonaro e o ex-presidente do PSL e atual ministro Gustavo Bebiano é algo impensável que nem o mais crítico observador imaginaria acontecer.

Carlos não tem nenhum mandato federal, é vereador do Rio e deveria estar cuidando de sua castigada cidade – Flávio é senador e Eduardo, deputado federal -, mas é o filho mais ouvido pelo presidente, estando sempre ao lado do pai, desde a solenidade de posse ao acompanhamento na internação de no Hospital Albert Einstein, onde Bolsonaro se submeteu a uma cirurgia abdominal. Controla das redes sociais e a comunicação do presidente. Tudo de maneira informal, já que o governo possui um porta-voz nomeado e no exercício da função.

A situação é surreal. Um filho do presidente da República, sem qualquer importância funcional formal dentro do governo, chega e chama um ministro de Estado de mentiroso. O que faz o pai-presidente? Dá uma enquadrada no filho boquirroto? Tenta demonstrar que o governo não é o que parece? Nada disso. A reação de Bolsonaro-pai é deixar o seu ministro pendurado no pincel ao dizer praticamente a mesma coisa que disse o filho pseudo porta-voz.

Não que Bebiano seja isento de responsabilidade pelo rastilho de pólvora que se arma e precocemente começa a explodir a credibilidade do presidente, do governo e do partido. Ele foi o presidente do PSL antes de Luciano Bivar e tem tanta culpa quanto o sucessor na proliferação do imenso laranjal em que se transformou a legenda. Praticamente todo dia, a imprensa traz uma laranja nova, adubada com centenas de milhões de reais do fundo partidário e que responderam com as menores mais caras votações da História. Mas, daí pegar Bebiano e deixar ele torrar no forno armado por Carlos Bolsonaro, já são outros quinhentos.

A crise toma fôlego a cada lance desse episódio bizarro. A ponto de o presidente da Câmara dos Deputados chegar e jogar azeite na panela fervente. Sem usar de meias-palavras, Rodrigo Maia acusou Bolsonaro de se esconder atrás do filho para demitir um ministro. Mais claro, impossível.

Para um presidente da República, ouvir que não tem coragem de afastar um ministro e precisa, para tal, de um biombo familiar, convenhamos, é algo inédito na República. Não há notícia de um governo que, com 45 dias de vida, esteja tão enrolado, em boa parte, por causa da parentada do chefe do Executivo. E de um chefe de Executivo que não consegue conter a parentada intrometida.

O Brasil não é a casa dos Bolsonaro. Alguém, no entanto, precisa dizer isto ao presidente. Mas não é o bastante. E é bom o próprio presidente ter ouvidos e sensibilidade para entender, aceitar e efetivamente mudar a situação. A pena para essa surdez pode ser dura demais. Para o presidente e para o país.

Nessa crise envolvendo Carlos Bolsonaro e Gustavo Bebiano, assistir ao noticiário do governo na televisão tem sido constrangedor. Parece um bando de desnorteados tentando disfarçar a gravidade, tanto do escândalo envolvendo o PSL quanto do agravamento da crise de relacionamento que isto provocou.

O quadro é muito ruim. A ingerência dos “garotos” em tudo e sobre todos deixa o País parado, após dois meses e meio de governo. O resultado é uma horda de aliados magoados e desrespeitados. É uma base parlamentar dividida e atônita. A maioria, vale lembrar, não simpatiza com Carlos Bolsonaro e fecha com Bebiano. Como é o caso, também, do vice-presidente Hamilton Mourão e até do ministro Chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni.

Resta saber se essa “unanimidade” afetará Bolsonaro e o fará se decidir entre ser o presidente ou o pai superprotetor. O segundo caso vence com folga, até agora.

Decreto de Bolsonaro sobre posse de arma é uma ‘gambiarra jurídica’

 

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Flávio Dino (Governador do Maranhão)/Foto: Reprodução

247 – O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) apontou irregularidades no decreto que flexibiliza a posse de armas de fogo assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (15).

Segundo ele, o “decreto faroeste” estimula o uso de armas de fogo no país. Para o governador, que foi juiz federal e professor de Direito, “além do equívoco de mérito”, o decreto, na prática, esvazia o Estatuto do Desarmamento. “Sendo lei, tem maior hierarquia normativa. Estranho”, aponta o governador.

Ele afirma ainda que, “na hora de ‘copiar/colar’ entre várias versões, algumas coisas ficaram esquisitas”. “Por exemplo, presume-se que todos os habitantes do país têm ‘efetiva necessidade’ de arma, mas estes podem ser responsabilizados por declaração falsa. Bem esquisito formalmente”, salienta.

E conclui: “Ademais, acho que o decreto faroeste revela uma desconfiança quanto ao Congresso Nacional, instância própria para rever o Estatuto do Desarmamento, que é uma lei. Aí algum gênio resolveu fazer essa gambiarra jurídica. Tenho impressão de que erraram o tiro”.