O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira, dia 9, fez um apelo aos presidentes de partidos para fazerem uma “triagem” e barrem a candidaturas de pessoas ligadas ao crime organizado.
A declaração ocorreu em sessão da CPI do Crime Organizado.
“Já fiz um apelo aos presidentes dos partidos. Só uma atitude repressiva não é suficiente, os presidentes de partidos políticos têm a obrigação de fazer a triagem (…) O crime hoje está migrando da legalidade para a ilegalidade, ele está se infiltrando no setor de combustíveis, da coleta de lixo, da construção civil, de streaming. É um crime que hoje está infiltrado até no setor político. Nas últimas eleições, juntamente com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nós fizemos um esforço para evitar e impedir que o crime se infiltrasse nas eleições municipais”, afirmou o ministro.
O procurador-geral de justiça do Ministério Público do Maranhão, Danilo Castro, participou da reunião realizada no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, para discutir ações conjuntas de enfrentamento do crime organizado e estratégias de cooperação entre instituições.
Conduzida pelo vice-presidente do Tribunal, ministro Alexandre de Moraes, a reunião contou com a presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet, dos 27 procuradores-gerais de Justiça dos estados e do Distrito Federal e do procurador-geral do Ministério Público Militar.
Durante a reunião, convocada pelo ministro no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, Alexandre de Moraes destacou que o combate ao crime organizado exige planejamento, integração, uso de inteligência e maior eficiência da Justiça Criminal. Segundo ele, é necessário adotar medidas além do aumento de penas, como o fortalecimento do controle do Estado sobre o sistema penitenciário e o combate às fontes financeiras das organizações criminosas.
Ao longo da madrugada desta quarta-feira, 56 corpos foram levados até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. Os cadáveres foram retirados da mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os confrontos mais violentos entre policiais e traficantes na megaoperação de terça-feira.
Com isso, sobe para 120 o número de mortos na ação mais letal da polícia no estado. Entre os que acompanham a cena predomina o silêncio profundo, enquanto muitos se aproximam para tentar reconhecer os mortos. Pessoas com luvas estão cortando partes das roupas dos mortos para facilitar a identificação. É esse grupo que contabiliza os mortos.
O número de mortos ainda pode aumentar. Segundo a TV Globo, sete corpos foram deixados, também nesta quarta-feira, no Hospital estadual Getúlio Vargas, que concentrou o atendimento aos baleados na megaoperação.
O ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), neste domingo, dia 5, voltou rebater críticas que classificou como ‘absurdas’, em relação às medidas adotadas pelo governo federal, contra o crime organizado no país.
Flávio Dino, ultimamente, tem utilizado grande parte do seu tempo, explicando e contestando críticas e cobranças de setores da imprensa e ligadas a ‘especialistas’ em Segurança Pública.
“… informo que ações de investigação e inteligência somente são noticiadas DEPOIS de todos os resultados (…) REITERO que é falso que não temos uma política nacional de segurança…”, disse Dino nas redes sociais
Presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, disse que Sérgio Moro (ministro da Justiça) copiou e colou o projeto de combate ao crime organizado do ministro do STF, Alexandre de Morais…
Flávio Dino (Governador do Maranhão) e Sérgio Moro (Ministro da Justiça e Segurança)/Foto: Reprodução
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), reagiu com incredulidade e critica ao projeto anticrime de Sérgio Moro (Ministro da Justiça e Segurança) e o governo Bolsonaro para combater a corrupção e o crime organizado no Brasil.
Nesta segunda-feira (4), Sérgio Moro, apresentou o pacote de propostas para o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), Presidente da Câmara Federal, Governadores e Secretários de Segurança. O projeto prevê alterações no Código Penal, no Código de Processo Penal, na Lei de Execução Penal, na Lei de Crimes Hediondos e no Código Eleitoral.
Na mensagem enviada hoje ao Congresso Nacional, o presidente Bolsonaro afirma que o governo Brasileiro declarou “guerra” ao crime organizado. As medidas terão que ser apreciadas e aprovados pelo Congresso. “O governo brasileiro declara guerra ao crime organizado. Guerra moral, guerra jurídica, guerra de combate. Não temos pena nem medo de criminoso. A eles sejam dadas as garantias da lei e que tais leis sejam mais duras. Nosso governo já está trabalhando nessa direção”, afirmou o governo na mensagem.
No twitter o ex-juiz federal e governador do Maranhão, Flávio Dino, disse ser necessário mais que declarações e projetos para combater o crime organizado. É imperativo dá exemplo.
Ainda no twitter, o comunista alertou para as consequências dessas medidas caso sejam aprovadas e aplicadas sem analise rigorosa. Para ele, o “pacote” de Moro e Bolsonaro pode ser um ‘tiro no pé’, dando como exemplo agravamento da superlotação dos presídios, que segundo ele, fortalecerá mais ainda as facções criminosas. Dino também lembrou que há vários projetos bons em tramitação e a serem enviados ao Congresso que deveriam ser contemplados. Por fim, ressaltou a recente experiência do Maranhão no combate e redução da criminalidade.