Operação Galeria: filho do ex-ministro Edson Lobão é preso no Rio

 

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Márcio Lobão/Foto: Reprodução

Márcio Lobão alvo da ‘Operação Galeria’  foi preso por tempo indeterminado na manhã desta terça-feira (10) no Rio de Janeiro onde mora. Ele é filho do ex-ministro Edson Lobão (MDB).

No Maranhão onde reside sua família e o pai Edson Lobão foi governador e também eleito senador várias vezes, Márcio Lobão, não é visto com frequência. Está é a 65ª fase da Operação Lava Jato.

Ele investigado por corrupção e lavagem de dinheiro com recursos obtidos da Transpetro, segundo a polícia, de forma indevida.

Segundo o MPF, Márcio Lobão e Edison Lobão solicitaram e receberam propinas dos Grupos Estre e Odebrecht em R$ 50 milhões entre 2008 e 2014.

O mandado de prisão foi expedido contra Márcio Lobão porque, conforme o MPF, há indícios de que ele permanecia praticando o crime de lavagem de dinheiro em 2019.

O nome de ‘Operação Galeria’ foi dado em razão de grande parte dos recursos terem sido investidos em galerias e obras de arte. Foram expedidos 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP), Rio de Janeiro e Brasília (DF).

Quando os bois morrem eu me sinto mais forte

 

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Ed Wilson Araújo

De tudo que foi dito e feito até agora pela velha política, galopando na besta fera da onda obscurantista, uma das instituições mais aviltadas é o Jornalismo. Basta ver o recente paredão montado no programa Roda Viva (TV Cultura!) para encurralar o diretor do The Intercept Brasil Glenn Greenwald.

Nada até hoje foi tão demolidor para a operação Lava Jato e o bolsonarismo como as revelações da Vaza Jato. Sergio Moro e Deltan Dallagnol enterraram na lama o Estado Democrático de Direito e jogaram na vala comum até mesmo os probos e republicanos juízes e procuradores.

O Jornalismo e a Ciência, na sua caminhada institucional, tiraram parte do poder da Igreja Católica sobre os documentos secretos mantidos em mistério pela guarda silenciosa dos monges. Nas páginas dos jornais, o poder sobre o conhecimento e o saber, há tempos restrito aos mosteiros, veio à luz nas manchetes e fotografias.

Por isso as conversas privadas de agentes públicos interessam à sociedade. O leitor, ouvinte, telespectador, internauta etc têm o direito de acessar alguns conteúdos secretos transitados entre juízes e procuradores, quando o interesse público está em jogo.

A justificativa é simples: certas conversas e as decisões ali tramadas são de amplo interesse coletivo, dizem respeito às reputações e decidem sobre a liberdade das pessoas, interferem na Economia e nas medidas sobre temas diretamente relacionados ao cotidiano de cada brasileiro.

Algumas deliberações tomadas pela operação Lava Jato incidiram concretamente na vida de milhões de brasileiros: fizeram um julgamento partidário de Lula, destruíram em parte as instituições, macularam famílias, debocharam da morte de entes queridos e mancharam a imagem da Justiça e do Ministério Público por inteiro, até mesmo dos operadores do Direito não incorporados ao lavajatismo.

Onde não há instituições brota a barbárie.

Quando Sergio Moro e Deltan Dallagnol tiveram as conversas reveladas houve várias reações, até acertarem o foco – atacar o Jornalismo.

Por isso o paredão contra Glenn Greenwald no Roda Viva e o foguetório na Feira Literária de Paraty. Agiram até mesmo contra Miriam Leitão, uma jornalista conservadora e expoente do liberalismo na mídia.

Trata-se de uma ofensiva não só contra o The Intercept Brasil e os seus parceiros, mas uma guerra declarada a um campo estratégico no contexto das mediações sociais – a Comunicação, em especial, o Jornalismo.

Após o aparelhamento de parte do Ministério Público e do Judiciário em conluio para sufocar a democracia no Brasil, a cúpula da operação Lava Jato está desmoralizada, exalando entre os corredores dos tribunais o enxofre do golpe.

Moro e Dallagnol ofenderam de modo vil os bons e honestos procuradores, juízes, ministros, desembargadores, promotores, delegados e outros servidores do Ministério Público e da Justiça do Brasil ciosos das suas funções republicanas.

Não por acaso o espírito lavajateiro cresceu junto com a onda bolsonarista embalada na mentira.

Os movimentos de contornos fascistas repetem uma tragédia anunciada. A ciência, a política e a estética livre são inimigos primordiais dos intolerantes, avessos à verdade e ao encantamento.

O espelho deles quebra quando encaram os fatos concretos da realidade.

Assim, fizeram campanha disseminando fake news. É uma forma de piorar as coisas. Se outrora manipulavam os fatos para distorcer os enredos, agora retrocedem ao nível da mentira deslavada.

A onda obscurantista é desumana. Os propagandistas de fake news, do terraplanismo e de outras aberrações como a ineficiência da vacina são capazes de negar até a própria existência, embora haja testemunhas oculares do parto e o registro do nascimento em cartório. Contra Descartes, diriam: “minto; logo, não existo”.

Vem daí o ataque à Ciência, campo de trânsito permanente do Jornalismo. Fascistas detestam a ordem lógica das narrativas.

Os movimentos de inspiração fascista são um terreno infértil, onde só brota o ódio e a intolerância. A verdade é uma ofensa. Eles não conseguem sequer lidar com um princípio básico do Iluminismo aplicado ao Jornalismo – a transparência, uma conquista da Modernidade no curso das revoluções burguesas.

Apesar de tudo isso, temos resistência! Vejamos, por exemplo, como se ergue e consolida a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), uma auspiciosa organização de operadores do Direito focada em princípios republicanos.

Na mídia, o The Intercept Brasil deu um cavalo de pau nos meios tradicionais e alguns deles, apoiadores do golpe, tentam refazer caminhos porque conhecem a sabedoria das audiências.

No campo da mídia alternativa a Teia de Comunicação Popular do Brasil junta gente de todo canto do país. São jornalistas, ativistas, humanistas, comunicadores e comunicadoras que se recusam a bater continência para o pensamento único.

Do Maranhão, rufam a Agência Tambor e a Rádio Web Tambor.

A juventude lota as ruas para dizer não aos cortes de gastos na Educação. Nas universidades o Future-se é negado.

Existem alguns motivos para ficarmos tristes, mas temos outros tantos para revigorar as forças e seguir em frente lutando contra essa onda de obscurantismo que tenta negar a verdade, matar o Jornalismo e silenciar a arte livre.

Pras bandas do Maranhão estamos em tempos da morte dos grupos de bumba-meu-boi. Os batuques estão prenhes de trupiadas anunciando que no próximo ano haverá batizado. Banjos, maracás, pandeirões, matracas, zabumbas e os instrumentos de sopro anunciam fertilidade. Nos terreiros onde se cultuam os rituais da morte a dialética traduz ressurreição.

Aos meus amigos tristes só tenho palavras motivadoras. Essa chuva ácida vai passar. Já estamos no tempo das floradas de caju, manga e juçara. Vamos degustar arte, botar lenha na fogueira da razão, afirmar a Ciência e o Jornalismo como formas de conhecimento da realidade.

Viva a produção acadêmica (balbúrdia!) e a poesia. Maiakóvski, sempre bem lembrado, recomenda somar forças para atravessar as ameaças e as guerras […]

“rompê-las ao meio,

cortando-as


como uma quilha corta


as ondas.”

Vaza Jato: novas mensagens comprometem ainda mais Deltan

 

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Coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Novas mensagens revelam que empresária foi liberada de investigação porque fez doação ao instituto Mute )/ Foto: Reprodução

Mensagens trocadas entre o procurador Deltan Dallagnol e membros do Instituto Mude divulgadas nesta segunda-feira (2), mostram que o coordenador da Lava Jato recebeu e encaminhou doações de dona da empresa que seria investigada.

As conversas foram reveladas em mais uma etapa da Vaza Jato em parceria com a Agência Pública com The Intercept Brasil. A doadora atuava com fretamento de navios para a Petrobras, e foi poupada na operação anos depois.

O instituto Mude foi criado para levantar a bandeira das 10 Medidas contra a Corrupção e seria dirigido “nas sombras” por Dallagnol, que não queria aparecer tomando posições públicas.

Nas conversas Deltan Dallagnol aparece estabelecendo um elo entre a advogada Patrícia Tendrich Pires Coelho, dona da Asgaard Navegação – fornecedora navios para a Petrobras -, e integrantes formais da organização.

Íntegra da matéria na Agência Pública

(Revista Fórum)

Gilmar Mendes: “é um grande vexame e participamos disso. Somos cúmplices”

 

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Foto: Reprodução

Jornal GGN – Durante a sessão da segunda turma do Supremo Tribunal Federal que anulou condenação imposta pela Lava Jato a Ademir Bendine, o ministro Gilmar Mendes reconheceu que a Corte foi cúmplice dos desvios da operação comandada a partir de Curitiba.

“É um grande vexame e participamos disso. Somos cúmplices dessa gente. Homologamos delação. É altamente constrangedor. Todos nós que participamos disso temos que dizer ‘nós falhamos’, disparou o ministro.

Segundo informações do portal Jota, Gilmar citou reportagem da Vaza Jato desta terça (27), em que procuradores de Curitiba ironizam, debocham, fazem ilações sobre as circunstância da morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, denotando ódio em relação a Lula.

Para Gilmar, “a República de Curitiba nada tem de republicana, era uma ditadura completa. (…) Assumiram papel de imperadores absolutos. Gente com uma mente muito obscura. (…) Que gente ordinária, se achavam soberanos.”

Os procuradores são corruptos, “gente sem nenhuma maturidade. Corrupta na expressão do termo. Não é só vender função por dinheiro. Violaram o Código Processo Penal”.

Com informações do Jota

Dallagnol está conseguindo dormir só à base de remédios

 

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Procurador Deltan Dallagnol/Foto: Reprodução

Chefe da força-tarefa da Lava-Jato, o procurador Deltan Dallagnol confidenciou a amigos que, recentemente, só consegue dormir à base de remédio.

Na semana passada, o Conselho Nacional no Ministério Público (CNMP) desarquivou uma reclamação disciplinar contra Deltan e seu colega, Roberto Pozzobon, devido aos diálogos revelados pelo site “The Intercept”. Ainda há outras representações contra o investigador que serão analisadas.

Os processos podem culminar no afastamento do chefe da Operação Lava-Jato.

(Informações Bela Megale, O globo)

Lava-Jato consultava dados da Receita Federal sem controle da Justiça

 

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Mistro Sérgio Moro e o presidente do COAF Pedro Leonel/Foto: Pedro Ladeira/Reprodução

Os procuradores da operação Lava Jato utilizaram em diversas ocasiões o aplicativo Telegram para obter dados sigilosos da Receita Federal. A força-tarefa tinha por hábito realizar consultas “informais” com o auditor Roberto Leonel – ou seja, sem nenhum controle da Justiça. Leonel atualmente chefia o Coaf, após indicação do ministro Sergio Moro. 

A nova matéria da série As mensagens secretas da Lava Jato revela diversos casos em que os procuradores, sob a chefia de Deltan Dallgnol, recorreram a Leonel para investigar “informalmente” as movimentações financeiras de cidadãos.

O auditor era um informante graduado e chefiava a área de inteligência da Receita em Curitiba. Diz a reportagem do Intercept Brasil em parceria com a Folha de S.Paulo.

Pelo menos três dos casos encontrados nos diálogos envolvem a maior obsessão dos procuradores em todos os anos de conversas pelo Telegram, o nome mais citado entre todos: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em agosto de 2015, diante das notícias de que um sobrinho de Lula fizera negócios em Angola com ajuda do político e da Odebrecht, a primeira coisa que ocorreu ao procurador Roberson Pozzobon foi chamar Leonel. “Quero pedir via Leonel para não dar muito na cara, tipo pescador de pesque e pague rsrsrs”, disse numa mensagem a Dallagnol. 

Além do sobrinho do ex-presidente, a Lava Jato fuçou ilegalmente as movimentações financeiras de uma nora de Lula, dos antigos donos do sítio de Atibaia e solicitaram ao auditor informações sobre compras que a ex-primeira dama Marisa Letícia e os seguranças do casal teriam feito. 

Em fevereiro de 2016, até o caseiro do sítio teve sua privacidade invadida pelas investigações irregulares da força-tarefa. A ordem partiu do próprio Deltan Dallagnol. “Pede pro Roberto Leonel dar uma olhada informal”, escreveu em fevereiro de 2016 aos colegas, ao pedir que pesquisassem as declarações anuais de imposto de renda do caseiro Elcio Pereira Vieira.

MATÉRIA COMPLETA AQUI

Lula chama Deltan de ‘moleque’ e diz que ‘EUA manda mais no Moro que a mulher dele’

 

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Foto: Reprodução

Em mais uma entrevista, desta vez para o jornalista Bob Fernandes, exibida nesta sexta-feira (15), nas redes sócias, o ex-presidente Lula disse que o Procurador Deltan Dallagnol é um moleque.

“Desde o dia que ele deu uma coletiva dizendo que não tinha provas contra mim, mas apenas convicções, o Conselho Nacional do Ministério Público tinha que ter tirado esse moleque”, disse Lula.

O ex-presidente Lula também se referiu às suas palestras e as do coordenador da Lava-Jato.

“As minhas palestras não eram clandestinas como as do Dallagnol”.

Lula também não aliviou para o lado do ministro Sérgio Moro, que para ele o ex-juiz da Lava-Jato mantém obediência maior aos Estados Unidos que a própria mulher.

“Tudo que está acontecendo tem o dedo dos Estados Unidos, que manda mais no Sérgio Moro do que a mulher dele”.

(Com informações da Revista Fórum)

PT chama transferência de Lula para Tremembé de ato de perseguição

 

“Lula sequer deveria estar preso em lugar nenhum porque é inocente e foi condenado numa farsa judicial”, traz a nota subscrita por Gleisi, Pimenta e Humberto Costa

NOTA

1) A decisão de transferir o presidente Lula de Curitiba para São Paulo é de exclusiva responsabilidade da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, que solicitou a medida, e da juíza de Execuções Penais Carolina Lebbos, que deferiu o pedido sem considerar os argumentos da defesa do ex-presidente.

2) Lula não deveria estar preso em lugar nenhum porque é inocente e foi condenado numa farsa judicial. Não deveria sequer ter sido julgado em Curitiba, pois o próprio ex-juiz Sergio Moro admitiu que seu processo não envolvia desvios da Petrobrás investigados na Lava Jato.

3) A decisão da juíza Carolina Lebbos caracteriza mais uma ilegalidade e um gesto de perseguição a Lula, ao negar-lhe arbitrariamente as prerrogativas de ex-presidente da República e ex-Comandante Supremo das Forças Armadas.

4) O Partido dos Trabalhadores exige que os direitos de Lula e sua segurança pessoal sejam garantidos pelo estado brasileiro, até que os tribunais reconheçam a sua inocência, a parcialidade da sentença de Moro e a ilegalidade da prisão, onde quer que seja cumprida.

Gleise Hoffmann, presidenta nacional do PT
Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara dos Deputados
Humberto Costa, líder do PT no Senado Federal

Brasília, 7 de agosto de 2019