Bolsonaro repudia violência contra jornalistas e a liberdade de imprensa

 

Foto: Reprodução

O presidente Bolsonaro que habitualmente ataca veículos e profissionais de imprensa, se solidarizou com Marina Araújo e Renata Vasconcelos, alvos de ataques nesta quarta-feira (10), durante invasão solitária de um homem na sede da TV Globo no Rio de Janeiro.

Um relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) revelou que em 2019 os ataques a veículos e profissionais de imprensa no Brasil cresceram 54%. Os políticos foram responsáveis por quase 70% do total dos ataques, só o presidente Bolsonaro, foi autor de quase 60% dos registros.

“manifestações de Bolsonaro contra imprensa trazem consequências”, Dino sobre invasão à TV Globo

 

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Governador do Maranhão Flávio Dino e o Presidente da República Jair Bolsonaro/Foto: Reprodução

O governador do Maranhão, Flávio Dino, comentou a invasão à sede da TV Globo no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (10), por um homem que armado com uma faca fez refém a repórter Mariana Araújo.

Segundo testemunhas o invasor disse que queria falar com a jornalista Renata Vasconcelos, colega de bancada de Willian Bonner no Jornal Nacional.

De acordo com Flávio Dino o ato de violência pode ser colocado na conta do presidente Bolsonaro, que segundo o governador, todos os dias ataca a imprensa.

https://youtu.be/zWnk0HDrQ_Y

https://twitter.com/radiobandnewsfm/status/1270823466678263808

Bolsonaro reclama da imprensa por dizer que ele fez piada com PIB de 1,1%

 

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Foto: Reprodução

Como tem sido comum, quando as provocações do governo repercutem negativamente, e o presidente normalmente transfere a culpa aos outros, nesta quinta-feira (5), ele não fugiu à regra e decidiu reclamar novamente dos jornalistas.

“Parabéns!.. Fiz piada com o PIB. Parabéns aí, valeu. Continuem agindo assim. Quando vocês aprenderem a fazer jornalismo, eu converso com vocês”, disse Bolsonaro.

Jair Bolsonaro não gostou da imprensa publicar que ele fez piada com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), no primeiro ano do seu governo, que ficou no pífio 1,1%. Ele e Paulo Guedes (Ministro da Economia) esperavam algo tipo 2,2%.

“Se vocês sofrem ataque todo dia, o que vocês estão fazendo aqui? O espaço é público, mas o que vocês estão fazendo aqui? O dia que vocês (se) conscientizarem que vocês são importantes fazendo matérias verdadeiras, o Brasil muda”, criticou Bolsonaro.

Ontem quando o IBGE divulgou o resultado e a imprensa o esperava no Palácio da Alvorada, como de costume, para falar sobre o resultado do PIB, Jair Bolsonaro apareceu com humorista, Carioca, fantasiado de presidente, distribuindo bananas para os jornalistas.

Flávio Dino, Haddad, Boulos e Requião pedem afastamento de Moro e Dallagnol de suas funções

 

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Foto: Reprodução

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), os ex-candidatos à Presidência da República em 20018, Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) e o ex-senador Roberto Requião (MDB), assinaram uma nota divulgada nesta segunda-feira (29), onde defendem a Liberdade de Imprensa e o afastamento de suas funções o ministro Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.

Nota em defesa da liberdade de imprensa e pelo afastamento de Moro e Dallagnol

Em face dos graves acontecimentos que marcaram os últimos dias no Brasil, vimos a público para

1-Manifestar a nossa defesa firme e enfática das liberdades de imprensa e de expressão, das quais é consectário o direito ao sigilo da fonte, conforme dispõe a nossa Constituição Federal. Assim sendo, são absurdas as ameaças contra o jornalista Glenn Greenwald, seja por palavras do presidente da República ou por atos ilegais, a exemplo da Portaria 666, do Ministério da Justiça. Do mesmo modo, estamos solidários à jornalista Manuela D’Avila, que não praticou nenhum ato ilegal, tanto é que colocou seu telefone à disposição para perícia, pois nada tem a esconder.

2-Registrar que apoiamos todas as investigações contra atos de invasão à privacidade. Contudo, desejamos que todo esse estranho episódio seja elucidado tecnicamente e nos termos da lei, sem interferências indevidas, como a praticada pelo ministro Sérgio Moro. Este agente público insiste em acumular funções que não lhe pertencem. Em Curitiba, comandava acusações que ele próprio julgaria em seguida. Agora, no ministério, embora seja parte diretamente interessada e suspeita, demonstra ter o comando das investigações, inclusive revelando atos sigilosos em telefonemas a autoridades da República.

3-Postular que haja o imediato afastamento do ministro Sérgio Moro, pelos motivos já indicados. Em qualquer outro país democrático do mundo isso já teria ocorrido, pois está evidente que Moro não se comporta de acordo com a legalidade, insistindo em espantosos abusos de poder. Do mesmo modo, a Lava Jato em Curitiba não pode prosseguir com a atuação do procurador Deltan Dallagnol, à vista do escandaloso acervo de atos ilícitos, a exemplo do comércio de palestras secretas e do conluio ilegal com o então juiz Moro.

4-Sustentar que é descabida qualquer “queima de arquivo” neste momento. Estamos diante de fatos gravíssimos, que merecem apuração até mesmo junto ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional, neste último caso por intermédio de Comissão Parlamentar de Inquérito. A República exige transparência e igualdade de todos perante a lei. Altas autoridades que estão defendendo a “queima de arquivo” parecem ter algo a temer. Por isso mesmo, nada podem opinar ou decidir sobre isso. A lei tem que ser para todos, de verdade.

5-Sublinhar que somos a favor da continuidade de todos os processos contra atos de corrupção ou contra atuação de hackers, e que todos os culpados sejam punidos. Mas que tudo seja feito em estrita obediência à Constituição e às leis. Neste sentido, reiteramos a defesa da liberdade imediata do ex-presidente Lula, que não teve direito a um julgamento justo, sendo vítima de um processo nulo. A nulidade decorre da parcialidade do então juiz Moro, já que os diálogos revelados pela imprensa mostram que ele comandava a acusação e hostilizava os advogados de defesa, o que se configura uma grave ilegalidade.

6-Por fim, lembramos que quando os governantes dão mostras de autoritarismo, esse exemplo contamina toda a sociedade e estimula violências, como a praticada contra os indígenas wajãpis, no Amapá, com o assassinato de uma liderança após a invasão do seu território. Cobramos do Governo Federal, especialmente do Ministério da Justiça, providências imediatas para garantia da terra dos wajãpis e punição dos assassinos.

Chega de “vale-tudo”, ilegalidades e abusos. Não queremos mais justiça seletiva e parcial. Queremos justiça para todos”.

Campanha ‘contra o carnaval’ tem repercussão internacional negativa para Bolsonaro

 

repercussão

O polêmico post do presidente Jair Bolsonaro, que publicou um vídeo no twitter na terça-feira (5) com cenas obscenas, gravado durante o carnaval alcançou e ainda repercuti internacionalmente.

A publicação teve objetivo de “expor a verdade para a população” sobre o que estaria se tornando a folia no país. O presidente só não imaginou que o post lhe traria tamanho desgaste e críticas, inclusive a possibilidade de enfrentar um processo de impeachment.

O jornal americano “The New York Times”, logo na abertura da matéria, diz sobre o texto: “Faremos todos os esforços para mantê-lo digno”.

“O artigo que você está prestes a ler é sobre um vídeo com conteúdo sexual, o presidente da quarta maior democracia do mundo e as guerras culturais que agitam o Brasil”, afirma.

O jornal britânico “Mirror” enfatizou que o vídeo é impróprio para menores de idade e “muito obsceno”, enquanto o “Independent” destacou a pergunta que Bolsonaro postou nesta quarta-feira, sobre o significado de ” golden shower “. A expressão faz referência à prática sexual que aparece nas imagens e está entre os assuntos mais comentados do Twitter nesta quarta-feira.

O também britânico “The Guardian” disse que o presidente foi “ridicularizado” após a publicação. Segundo o jornal, Bolsonaro “provocou indignação, nojo e ridicularização depois de twitar um vídeo pornográfico em uma aparente tentativa de revidar as críticas ao seu governo durante o carnaval deste ano”.

Outro portal de notícias a abordar o assunto foi o americano “Insider”. No título, o site afirmou que “o presidente do Brasil declarou guerra ao carnaval”. O “Insider” também falou sobre manifestações de foliões contra o governo realizadas em blocos no período de festa nacional.

A agência de notícias “Reuters” informou que “Bolsonaro provocou choque e indignação” com o tweet. O veículo ressaltou também que o presidente causou ainda mais polêmica ao publicar hoje pela manhã a pergunta “O que é golden shower?”, que é justamente a prática sexual que o vídeo mostra.

O Twitter incluiu um alerta de “conteúdo sensível” no post, devido ao seu caráter pornográfico, para que o internauta concorde em acessá-lo. Os vídeos postados na rede social podem ser vistos automaticamente, dependendo do que retratam . “Nós não podemos te mostrar tudo!”, diz o aviso do Twitter. “Ocultamos automaticamente vídeos com possível conteúdo sensível ou impróprio”.

O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, saiu em defesa de Bolsonaro e de suas publicações. Ele comparou a postura do presidente a de Theodore Roosevelt (presidente dos Estados Unidos entre 1933 e 1945).

“Roosevelt dizia que a Presidência da República é um ‘bully pulpit’, uma posição pública que permite falar com clareza e com força sobre qualquer problema. Foi o que o Presidente @jairbolsonaro fez ao expor o estado de degeneração que tomou nossas ruas nos últimos dias”, escreveu Martins.

(Informações O Globo)